Os Sentidos... Por Ana Monteiro

Por Ana Monteiro...

"Os sentidos

A cultura e o modo de vida de cada indivíduo influencia de certo modo, como ele se desloca e se confronta perante determinados ambientes. Mas, todo este mecanismo só é descodificado devido aos sentidos que cada um de nós possui. A visão, é um dos mais importantes, e cada um de nós tem perspectivas e modos de ver divergentes, porque temos sensibilidades também diferentes. Sendo assim, o aparelho sensorial aplica instantaneamente e intuitivamente os sentidos evidentes, conforme seja o tipo de recepção quer seja à distância ou imediata. Os olhos, os ouvidos e o nariz são os sentidos aplicativos na recepção à distância quanto ao tacto, um dos mais antigos e desenvolvidos, insere-se na recepção imediata onde a pele, as mucosas e os músculos transmitem sensações concretas e inteiramente sensíveis e próprias. A idade e o aspecto cultural que o receptor se introduz são dois factores que irão influenciar quando interpretam algo. Deste modo, todos nós somos diferentes e perante determinadas situações obtemos resultados diferentes. Como exemplo, encontra-se o sentido olfactivo que muitas vezes remota-nos para memórias ou recordações referentes ao passado. Actualmente, muitos são os produtos e os espaços que recorrem a este sentido químico para atraírem determinados alvos, atingindo deste modo, uma exaustividade e precisão das mensagens.

Impressões da vida, palavras que nos englobam um ciclo a que estamos constantemente e diariamente rodeados. A reacção e a acção do Homem segundo um espaço está interligado com o espaço quinestético existencial. Assim, a necessidade e a criação de um espaço cultural ou individual é muito importante e irá fluir para que o Ser tenha e crie a sua própria razão.

Contudo o espaço visual é constituído pelo modo como todos nós vemos a realidade, ou seja o olhar capta todas as imagens e envia-as para a nossa mente tornando-se num método processual rápido e de grandes quantidades informativas. Ao mesmo tempo, o utilitário interpreta as distâncias permitindo-lhe um deslocamento correcto perante os obstáculos da vida e ao mesmo tempo, ele descodifica determinadas mensagens que só a visão as poderá interpretar , temos com exemplo a escrita. Se o homem não usasse este meio possivelmente teria opiniões e modos de interpretação totalmente distintos porque, a forma a dimensão e a cor são elementos muito complicados de transmitir a essas pessoas que actualmente existem bastante mas, que a nossa sociedade muitas vezes se esquece deles...
A visão estereotipada rege segundo a profundidade de campo sobre a qual se insere objectos ou seres. Esta visão registada por artistas, os quais ao longo do tempo dão novos rumos ao nível da visão dos seus objectos transmitindo-nos emoções e reacções.

O homem é estritamente sensível às alterações mínimas da temperatura e da textura e perante determinados espaços que não lhe são familiares ele demonstra reacções negativas. Porém, a pele incorpora-se sob um espaço táctil que segundo o autor M. Balint afirma que este espaço é considerado um dos mais acolhedores. Por sua vez, este espaço, está interligado sob o espaço visual e desta interligação, o Ser alcança um nível alto de sensações ou informações tornando--se assim, num meio potencialmente comunicativo. A textura atinge aqui o seu auge implicando no ser humano um contacto directo e inteiramente pessoal. Segundo o autor Braque ele considera que o espaço táctil é o que separa o observador do objecto quanto ao espaço visual é o espaço que separa os objectos uns dos outros. Sendo assim, e se o receptor não tem um contacto com estes dois tipos de espaço ele passaria a ter informações pouco concisas referente a uma determinada mensagem.

Durante tempos vivemos perante espaços que não foram pensados inicialmente. Esta situação condiciona-os em espaços mórbidos onde o Ser não obtém estímulos por meio dos seus sentidos. O Designer como Ser passivo e activo gerador de formas e funções tem incrementado na actual sociedade novas metodologias referentes a estas ocorrências. Assim, quando um designer projecta algo para a sociedade ele também se engloba e para tornar esse objecto de estudo com estruturas bastante fortes e concisas engloba-se sob um trabalho de equipe onde o resultado multifacetado visa e incute na sociedade novos modos de estar e permanecer. Tudo o que o Designer executa tem um porquê ou seja, uma razão à qual todos nós nos envolvemos sob uma forma agradável e subtil sem dar-mos por nada."
...Créditos Ana Monteiro
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