O cartaz por Ana Monteiro...


Por Ana Monteiro... 
"É um elemento gráfico cujo o objectivo principal é divulgar facilmente um invento às pessoas/ receptores, onde o seu manuseamento não é complexo. Actualmente existem vários tipos de cartazes desde interiores e exteriores de diferentes formatos. 

Desde os cartazes primórdios até aos nossos dias houve uma evolução ascendente tanto a nível de técnicas como a nível de sistemas de impressão, a nível de formato, entre outros.


Mas desde o início os cartezistas tinham como objectivo final transmitir uma informação simples e o menos rebuscada possível de modo a facilitar a leitura, a interpretação e a memorização da mesma.

O que diferencia um bom cartaz é o facto de sermos informados por ele sem que voluntariamente percorremos essa informação, isto é, a mensagem é que vai ao nosso encontro, pois esta é captada de imediato e sem esforço.

Também tem-se que ter em atenção que ao construir um cartaz este deverá ser entendido por letrados e iletrados e o seu conjunto deve provocar impacto e adesão imediata.

Todos estes factores citados anteriormente, tiveram uma evolução onde permanece razões, teorias e estratégias para a sua concretização. Esta evoluções quer a nível histórico e técnico serão desenvolvidas no presente trabalho.

História do Cartaz
O cartaz como todo meio de comunicação, teve um princípio e posteriormente uma evolução que acompanhou o progresso da humanidade. Pode-se considerar que o cartaz é constituído por uma imagem ou ícone e por um texto os quais, se combinam no mesmo espaço formando um elo plástico. Para a sua obtenção, pode-se introduzir imagens recorrendo a várias técnicas tais como: o desenho, a fotografia, imagens de síntese, técnicas mistas, etc. A mensagem a transmitir nunca será redundante mas sim objectiva e directa de modo a existir uma complementaridade entre os elementos.
No século XVIII o cartaz teve o seu inicio e apelava principalmente a valores patriacais e revolucionários, convocações para assembleias, etc.
O primeiro cartaz conhecido data o ano de 1447 e foi utilizado na Inglaterra para publicar os banhos públicos cujo suporte era o papel. Este cartaz tinha uma particularidade visto que, continha uma frase no quadrante inferior que dizia: “É favor não arrancar.”
No século XVII-XVIII existe um certo número de editais impressos a duas cores, preto e branco e raramente o vermelho pois com a inserção desta cor levaria a que se fizesse mais uma passagem desta. Este facto, condicionava a que os custos fossem superior e a qual não interessava muito. Os temas principais desta época eram referentes à ópera, recrutamento, circo, entre outros. As ilustrações eram feitas em placas de cobre ou madeira.
No século passado o cartaz teve inserção numa nova ideologia, a publicitária, sobretudo para anunciar produtos comerciais e mais tarde como meio de divulgação cultural e de assuntos de carácter social e ideológico (campanhas sanitárias e eleitorais...). Estes cartazes eram efectuados em papel com formato rectangular e de sentido vertical e destinavam-se, como qualquer cartaz, a serem colocados no exterior estando em contacto permanente com os factores climatéricos (chuva, sol e intempéries) ao mesmo tempo que comunicavam com o público.
Nesta época, em Roma, existiam paredes reservadas denominadas por “albúns” onde se colocavam qualquer tipo de cartaz que passaria rapidamente a sua validade.
Actualmente, um cartaz realizado nas épocas passadas é considerado como uma obra de arte. Mas, inicialmente, a elaboração de um cartaz era considerado como uma actividade menor e só Toulouse-Lauterc (1864-1901) e Aplhonse Mucha (1 860-1939), juntos, deram ao cartaz o estatuto de objecto de arte.
A revolução industrial deu origem a um desenvolvimento a nível da máquina a vapor e dos caminhos-de-ferro que por sua vez, geraram o aumento das cidades urbanas. O aumento da produção e a construção de manufacturas levaram a uma saturação, isto é, a grandes produções tomando-se difícil a sua escoação. Assim, se os produtos não escoassem, a empresa iria à falência e para que isto não acontecesse, recorreu-se à publicidade do produto por meio de cartazes. A nível de qualidades, a França nessa altura, é a pioneira, donde surge os grandes autores cartezistas. Entre todos eles, alguns nomes são classificados como grandes mestres onde cada um tem o seu estilo e o seu tema prediléto. Como exemplo, destaca-se:
Jules Chéret (183 6-1932) litógrafo francês o qual introduziu nas paredes mortas cartazes coloridos com muito movimento e onde aplica a técnica clássica. Introduziu nos seus cartazes modelos, mais propriamente, uma bailarina dinamarquesa, entre 1880-1850 tendo esta como principal característica, a alegria, a leveza de uma mulher despreocupada. Nesta época, as mulheres eram um oposto em relação a estas características pois, elas tinham como objectivo, alcançar os ideais da sociedade. Com a invenção da cromolitografia por Hugo de Carri, em 1457, o aperfeiçoamento deste conduziu a que houvesse uma evolução rápida dos cartazes. Chéret, progressivamente foi-se adaptando aos novos progressos tecnológicos em especial a cromolitografia (litografia em cor) tendo sido considerado o pai do cartaz artístico em cores e o maior produtor da sua geração produzindo mais de 1 000 cartazes.
Nos anos 80, os cartazes tornaram-se num objectivo gráfico totalmente oposto, ou seja, contendo um espírito exuberante e até ordinária. Toulouse- Lautrec foi influenciado por Chéret e introduziu cenas do interior, do campo, e cenas do quotidiano. Em 1891 Lautrec elabora a primeira publicidade sob cartaz do Moulin Rouge introduzindo a bailarina desse bar, La Goulue. Nas suas obras é vísivel uma técnica própria onde acentua a estilização da imagem e as suas tintas são mais planas do que nunca. O artista insere justaposições de planos de cor como elemento construtivo da composição, e a linha tornam-se mais subtil e descontínua.
Leonetto Cappiello nasceu em Livourne, Itália em 1875 e após ter trabalhado como caricaturista de um jornal desde 1898, fixou-se em Paris em 1902 e introduziu no seu cartaz uma simplificação de modo a impressionar e a captar mais atenção o qual, era simples, colorido e contrastante. A sua arte e expressão gráfica em destacar as personagens sobre o fundo influenciou os jovens grafistas.
Aphons Nuchat introduziu o estilo ornamental devido à influencia dos elementos vegetalistas. O seu cartaz faz lembrar mosaicos bizantinos, de cores suaves, representando a mulher como se fosse uma deusa e possui simplicidade na sua composição.
Cassandre, era um cartezista que usava nas suas composições gráficas, elementos que provocavam movimento e velocidade tais como: linhas de comboio, rodas, carris, etc.
Paul Colin produziu cartazes comerciais de produtos e espectáculos onde introduziu caricaturas nas suas composições. Paralelamente, desenvolve um cartaz político e ideológico que tinham como objectivo, realçar a justeza de um grupo político que se identificava em determinados momentos, ou seja, era publicado em simultâneo com a altura das campanhas.
Da metade do século XIX até durante a 1ª Grande Guerra Mundial, o cartaz teve também grande impacto e tornou-se no elemento comunicacional mais viável durante essa época. Foi considerado o ano de ouro do cartaz, pois nesta época, vários artistas se consagraram na arte publicitária com qualidade artística, propagando-se pelos países ocidentais. Este extraordinário desenvolvimento, dignificou-se na qualidade artística significativa em que os jovens talentos valorizaram este objecto utilitário como uma estampa de colecção, reunindo e conservando os factores de ordem económico, técnico e políticos.
Em Portugal, o cartaz começou tardiamente e com calma em relação aos outros países. Os cartazistas portugueses frequentaram várias escolas no exterior, em particular na capital francesa, considerada a “meca”. Entre eles, destaca-se Constantino Fernando que em 1902 foi para Paris com uma bolsa de estudo e Leal da Câmara, caricaturista repúblicano devido à sua actividade política.
Em 1905 é realiza uma exposição humorista no Porto, no salão da bolsa, e a partir desta, o cartaz começa a ter um tratamento melhorado e é considerado como uma disciplina autónoma. Nesta exposição participaram: Diogo Macedo, Leal da Câmara, Stuart de Carvalhaes, Armando Basto, António Soares, Almada Negreios, entre outros.
No ano de 1927, o suiço Fred Knadololfer introduziu o cartaz ao nível das artes gráficas.
Nos anos 30, surgiram as primeiras Agências de Publicidade anteriormente designadas por Estudos de Arte Comercial tais como: UP — dirigida por Tomás de Mello; ETP — Estúdio Técnico de Publicidade, em 1936, de Fernando Rocha; APA — Agência de
Publicidade Artística, de Fernando Leitão; APP —
-- Agência Portuguesa de Publicidade. A partir daqui começa-se a encomendar às agências de publicidade os cartazes, onde inclusive a Câmara Municipal de Lisboa começa a encomendá-los essencialmente para as festas populares, eventos, etc.
No século XX o americano Normam Rockwell revela-se o artista publicitário mais solicitado a nível mundial.
De uma panorâmica geral podemos considerar segundo a evolução do cartaz que, os artistas foram influenciados por diversos movimentos estéticos tais como: modernismo, contrutivismo, expressionismo, racionalismo e pop-arte; obtendo deste modo, exemplares únicos presentes na nossa aldeia global onde muitos são considerados como elementos notáveis.

As funções do cartaz
Como todos os elementos gráficos, a elaboração do cartaz é constituído por seis funções sendo estas:
A informação é a primeira função do cartaz visto que, esta informa os receptores sobre determinado produto ou serviço. Este é vendido/exposto em determinados lugares, e ao mesmo tempo, desempenha a função didáctica referente à publicidade que lhe é incutida.
A propaganda ou publicidade é a segunda função que adquire uma linguagem visual atractiva e permite que os receptores se convençam de que é um bom serviço ou produto. O cartaz é um meio de comunicação que provoca sedução e persuassão a todos os receptores. Ele também tem como objectivo principal ser expressionista mesmo quando se alia a estilos diferentes quer sejam de carácter geométricos, cubistas, impressionistas ou letristas.
A função educadora é a terceira função a qual se baseia na transmissão de determinados valores que são veiculados por meio do cartaz. Esta função destingue-se essencialmente pela função cultural sendo esta, percursora dos valores e comportamentos na sociedade.
A ambiência é a quarta função designa-se pelo facto de que a paisagem em determinada época, passa a estar replecta de cartazes não existindo uma ordem nem uma preocupação de um estudo do local especifico para a sua inserção. Antes de efectuar o cartaz, o autor tem que saber a quem se destina aquela mensagem e onde está se irá introduzir.
A estética do cartaz é a quinta função. Nela se irá introduzir imagens muito memorizáveis que se aliam a uma série de itens envolventes no campo estético sobreposto ao seu campo semântico. Todos os cartazes têm como objectivo agradar. Este facto conduz a um valor estético constituído pela combinação de imagens e textos que imcialmente é estudado pelo artista. A introdução de cores, de formas e palavras são à priori pensadas e estruturadas de modo a obter a beleza.
A função criadora é a sexta função e última função sendo esta, um dos elementos fundamentais no mecanismo publicitário (cartaz), influenciando os receptores a efectuarem e transmitirem os seus desejos em necessidades. Por sua vez, condicionam o aumento dos artigos publicitários. Nesta função, também se introduz certos elementos e conhecimentos referentes a uma política cultural para com o artista gráfico ou cartezista, e ao mesmo tempo, para com os valores da sociedade.

A elaboração do cartaz
A construção publicitária consiste na perspectiva semiológica, em perguntar-se que mensagem(s) tem (têm) que transmitir e se o sistema de signos que utiliza com tal fim tem a prioridade de permitir esta transmissão.
Aspectos a ter na concepção do cartaz
- ponderar o seu tamanho em função do campo visual
- distribuição/organização dos elementos e das imagens a incluir
- estudar/estruturar a combinação e enquadramento dos seus dois elementos:
imagem e texto
- procurar uma harmoniosa distribuição do espaço
- economizar a selecção de cores
- saber que um cartaz não deve contar uma história mas, levar a contar histórias
As fases da elaboração de um cartaz
Para a elaboração do cartaz deve-se passar por quatro fases: definição do projecto, preparação do grafismo, composição e criação.
A primeira etapa para elaboração de um cartaz consiste na definição do projecto ou estudo do brieflng que por sua vez se divide no encargo: definição de data, motivo do cartaz, a técnica utilizada e as respectivas medidas, e os objectivos: determinação da ideia básica que se vai ter quando se transmite no cartaz.
Seguidamente, processa-se a conjugação dos elementos adquiridos de modo a obter uma criação.
A preparação de grafismos é a segunda fase onde se prepara a imagem e seguidamente estes estudos são passados para o sistema informático num programa vectorial. É neste programa que o cartaz é elaborado e onde é feita a definição das cores e os critérios referentes para aplicação do fundo, das letras e da imagem.
A definição da paleta de cores deve corresponder ao sistema de impressão em quatricronomia, CMYK.
Na composição é feita a estruturação e organização de todos os elementos a inserir no cartaz: ilustrações, fotografias, texto, cor, gráficos, etc. Estes elementos devem conter um disposição ordenada e equilibrada de forma que o receptor compreenda a mensagem e este lhe desperte atracção na primeira leitura.
Seguidamente processa-se a criação do cartaz o qual se inicia com a pesquisa das imagens e outros elementos que transmitam os objectivos do briefing. Cada elemento seleccionado deve ser inequívoco, de forma que a leitura do cartaz e da mensagem que nele está explícito ou implicito seja rápida e eficaz.
A organização dos elementos no campo visual
Características do cartaz
- ser simples
- o texto deve ser breve (para que o objectivo não fique perdido no meio da disposição das imagens)
- não ser equivoco quanto ao seu sentido
- transmitir a mensagem de forma clara e objectiva
- facilitar a leitura, interpretação e memorização
- ser atraente e apelativo de forma que possa provocar impacto e adesão imediata
- ser objectivo em relação ao público alvo
Para que haja uma boa composição no cartaz, este deve transparecer:
Unidade; Harmonia; Simplicidade; Proporção; Equilíbrio; Movimento; Destaque;
Contraste e Ritmo.
O factor unidade existe quando os elementos constituintes do cartaz são análogos entre si, isto é, existe correlação entre eles.
A harmonia da composição do campo visual é evidenciada pela linha, forma, tamanho, ideia e cor utilizada para transmissão da informação.
Para que a informação seja captada e apreendida rapidamente deve haver à priori uma sintetização da informação. Ao fazer-se a eliminação da informação superfula à finalidade do cartaz, o “layout” fique mais objectivo e equilibrado favorecendo a captação visual do conteúdo, pois o impacto visual se evidenciará com mais força e destaque.
Os elementos a inserir no cartaz devem demonstrar ordem, unidade e complementariedade entre si. organização e a distribuição do campo visual deve A organização e a distribuição do campo visual deve ser feita de forma equilibrada, coerente e harmoniosa.
O equilíbrio apresenta-se como uma componente conclusiva do factor anteriormente referido. E da consonância entre a proporção dos elementos em função do campo visual que se analisará se existe equilíbrio formal ou não. Da análise perceptual do cartaz deve coexistir o dinamismo, acção e ao mesmo tempo subtileza, harmonia e ordem na distribuição dos vários elementos.
O movimento visual ou aparente acontece quando os elementos são distruibuidos harmoniosa e coerentemente na composição informativa. Esta disposição, irá criar na percepção visual do público um movimento composicional
Mediante a finalidade do cartaz, a informação a conter, é composto por palavras ou textos cuja conotação e importância constitui o factor essencial para a compreensão e descodificação do conteúdo da informação a transmitir. Deste modo, este elemento ou ideia fulcral deve possuir um destaque obtido através do tratamento do lettering em termos de cor, corpo, espessura, caixa alta ou caixa baixa e através da disposição deste, no espaço visual.
Toda a informação é apreendida e compreendida quando esta vale pela sua legibilidade. A legibilidade é condicionada pela hierarquização da informação, onde se verifica um destaque em termos da importância e sequência apreensiva dos elementos.
Quando os elementos estão organizados de forma equilibrada e estruturada, a sua composição ganha ritmo visual, isto é, é vista com dinamismo organizacional.
Qualquer objecto gráfico para atrair e persuadir o público deve para além da sua legibilidade e simplicidade, estar hierarquicamente estruturado transmitindo uma composição dinâmica. A hierarquia de informação no cartaz tem como base a definição de um centro óptico. Este é o ponto de orientação da atenção do público. A sua localização depende da relação entre a largura e a altura da peça gráfica. Proporcionalmente a este, o centro óptico irá situar-se acima do cruzamento das rectas diagonais do campo visual os quais definem a mediatriz (centro geométrico).

Leitura do cartaz
No estudo do cartaz deve-se ter em atenção: a relação do cartaz com o público, a relação do cartaz com a estrutura social e a linguagem do cartaz.
“Da relação do cartaz com o passante aflorámos quatro dimensões: a posição do cartaz, presença na via pública segundo o modo de repetição; a capacidade de prender a atenção; o ser portador de uma mensagem; e a função de provocar um comportamento, o consumo. Da sua relação com a estrutura social indicámos as duas dimensões existentes, ambas históricas; determinação numa estrutura socio-cultural, e emergência num dado momento da história económica. Da sua linguagem apenas dissemos que não se restringia ao uso da imagem iónica, e que era determinada funcionalmente pela relação a estabelecer com o transuente.
O plano histórico determina o espaço da relação com o passante, e esta relação restnnge as possibilidades da linguagem usada; também é determinada esta pela evolução do conhecimento sobre a comunicação humana, e pela evolução da técnica.”
Tipos de mensagens presentes num cartaz
Plano de identidade - Mensagem de pertença ou género Plano de denotação - Mensagem de referência ao emissor ou mensagem de origem - Mensagem linguística - Mensagem icónica Plano de conotação - Mensagem de inferência ou conotação
O plano de identidade tem a ver com a forma utilizada para garantir o conhecimento de carácter publicitário da informação. Pode ser identificado, transmitido através da estrutura organizada de imagens e proposição que remetem a um referente, por ex.: a assmatura apelativa, identificadora do bloco de marca; através da própria imagem de marca (bloco de marca) que aparece com um destaque especial ou através imagens e proposição que remetem a um referente, por ex.: a assinatura apelativa, identificadora do bloco de marca; através da própria imagem de marca (bloco de marca) que aparece com um destaque especial ou através da manifestação inequívoca de uma imagem específica a qual, identifica e permite o reconhecimento da informação/mensagem.
No plano de denotação, a mensagem de referência ao emissor tem a função, de identificar a fonte emissora da mensagem. Esta corresponde à assinatura da identidade comercial (agência) estando esta referenciada pelo logotipo particular da agência de forma discreta mas, explícita.
A mensagem linguística refere-se à informação do texto e tem como função fomentar, favorecer ou aperfeiçoar a inteligibilidade da imagem publicitária, dando informação e instruções sobre o objecto de promoção. Esta mensagem também pode ser interpretada, descodificada através da disposição dos elementos, da grafia, das formas explícitas, implicitas ou manipuladoras da transmissão da mensagem.
A mensagem icônica coincide com o perceptível da imagem, podendo por um lado, existir uma relação directa entre o comunicado e o significado (sentido imediato) e por outro lado, não existir coincidência entre o comunicado e o significado. Aqui, o sentido da imagem não é objectiva podendo adoptar interpretações subjectivas e diversas.
Ao contrário do plano de denotação que deposita o sentido e transmite informação, este plano o de conotação concede sentido, transmite significação. Ou seja, a mensagem semântica ou denotativa é objectiva e traduzível, ao passo que, a mensagem estética ou conotativa, é subjectiva e pessoal, partilhada por um grande número de pessoas.

As inovações tecnológicas
Inicialmente, o processo tecnológico era escasso e não permitia grandes tiragens, deste modo, o homem começou a ter como objectivo o aperfeiçoamento das técnicas de impressão. Contudo, actualmente, as inovações tecnológicas possibilitam a reprodução de impressão através de diferentes técnicas. Porém, somente alguma delas permanecem activas. Seguidamente, iremos mencionar as evoluções tecnológicas que a impressão sofreu ao longo dos tempos.
A xilogravura é um processo de impressão conhecido na China desde o século XVI e na Europa a partir do século XII. Consistia em cavar sobre pranchas de madeira dura - molde (bucho, pereira e cerejeira) sobre o qual era gravado em relevo as formas. A gravação consistia no desbastamento com o auxilio de com um instrumento, denominado buril, goivas os locais que não eram impressos. Nos locais de relevo inseria-se a tinta e quando estas fossem colocadas sobre o papel ou tecido, reproduziam as formas gravadas invertidas na madeira. Esta técnica tinha o inconveniente da madeira não poder exceder certos formatos. Esta técnica foi introduzido na Europa tendo como objectivo a estampagem de tecidos, imagens religiosas, cartas, ilustrações, etc.
No princípio do século XVI transformou-se numa arte de prestigio e requinte, sendo esta, ultrapassada pela calcografla.
A calcografia é uma técnica que se baseia em talhar com uma ferramenta específica uma placa de metal previamente envernizada. Seguidamente ao tratamento da placa através de produtos químicos corrosivos, a zona não reservada fica mais baixa que a superficie da placa. A pressão exercida pela prensa sobre a placa de metal faz com que a tinta existente nos locais baixos seja transferida para o suporte.
Entre o século XVII e XVIII os artistas podiam usufruir desta técnica obtendo resultados inovadores.
A litografia foi descoberta por Aiyos Senefelder nos finais do século XVIII (1796) e foi introduzida na França de 1806 a 1808. Na parte artística consiste em traçar desenhos sobre a pedra calcária de grão muito fino sobre a qual o artista pode desenhar com um lápis oleoso ou com uma tinta de óleo especial.
um lápis oleoso ou com uma tinta de óleo especial. A parte mecânica visa fixar o desenho na pedra, previamente polida e em seguida é aplicada uma camada de água gomada e acidoada com ácido azético com o objectivo da tinta cobrir somente o desenho. Depois de esta estar seca, lava-se com água ou com essência de terbentida, procedendo-se à pressão com uma folha de papel sobre a pedra obtendo deste modo, o destaque do desenho. A litografia tinha a vantagem de ser mais rápida e económica.
A cromolitografia é um processo tecnológico que se imprime por meio da litografia, ou seja, de desenhos de muitas cores designados por estampa. Esta foi inventada em 1457 por Hugo de Carri e mais tarde, em 1837, G. Engelmanm, impressor em Mulhousse encontrou uma máquina que permitia o ajustamento pela sobreposição ou justaposição das cores dispostas sobre tantas pedras litográficas quanto o desenho exigia.
A tipografia teve a sua origem em 1450 onde Guttemberg criou um processo de impressão por meio de formas em relevo denominada por caracteres móveis, cichés. Este meio tecnológico permitiu uma grande evolução na escrita pelo facto de, possibilitar a reprodução em grandes escalas em curto tempo. Uma grande vantagem desta técnica, baseia-se na velocidade de compor e de descompor os caracteres de um texto, sendo estes reutilizados em outras composições. Mais tarde, este sistema industrializou-se sendo substituida por máquinas de compor, linótipos, monótipos, etc.
As rotativas são máquinas de imprimir inventadas por Narinoni. Nestas máquinas, o molde é montado sobre um cilindro cujo funcionamento processa-se através de formas cilídricas em torno das quais o papel em bobinas se desenrola e recebe a impressão. Estas máquinas sofreram uma evolução ao nível da rapidez e de tiragem devido ao aperfeiçoamento tecnológico chegando a produzir cerca de 10 000 exemplares por hora.
A invenção da heliogravura e fotogravura permitiu um melhoramento do offset onde a velocidade e qualidade aumentou significativamente. Actualmente, o artista pode optar por várias técnicas de impressão recorrendo às empresas graficas nas quais existem rotativas de platina, rotativas cilindricas, rotativas flexográficas, rotativas tipográficas e rotativas de offset.
O offset é um processo tipográfico inventado no inicio do século XIX, nos Estados Unidos da América, por George Mann e teve como base a litografia onde a imagem permanece numa chapa de metal e posteriormente é impressa numa superficie de borracha transpondo esta em definitivo para o papel.
Para que a técnica respondesse aos objectivos propostos desde o início do projecto foi necessário desenvolver e criar novas tecnologias.
A invenção da máquina de impressão de offset digital permite que a criação fosse directamente impressa do computador para a máquina de impressão. Esta máquina possui aspectos do design que afectaram a sua estrutura tais como: o número mínimo de cilindro de impressão; cilindros de pequenos formatos; número mínimo de sistemas electrónicos; concepção simples; velocidade de impressão do papel – 5 metros – 16 flhas por segundo; compacta e de fácil utilização. Estes atributos garantem uma boa estabilidade e qualidade de impressão, tornando-se estas numa das principais valias cada vez mais procuradas e exigidas pelos clientes. A qualidade é associada à qualidade da prova final.
Técnicas na produção do cartaz
Na fase de definição do projecto o qual se define pelo estudo do briefing, a qualidade do suporte a utilizar na concepção do cartaz é importante na medida em que, este é um dos factores que irá causar impacto e incidir sobre a expressão e retenção da atenção do público sobre a mensagem incutida.
A escolha do papel, segundo a sua categoria geral e gramagem, deve corresponder às necessidades de processo de impressão assim como, as condições económicas e os requisitos do projecto. Diferentemente da tipografia da gravura, o processo de impressão litográfica não é de impressão directa. A imagem que contém tinta étransferida primeiro da chapa de impressão para a o cilindro de borracha (rotativa) e depois deste para o papel. O cilindro de borracha é compressível adaptando-se às variações da superfície do papel. Isto permite ao offset imprimir em diversas gramagens de papel em que a superfície é lisa ou relativamente áspera. Os papeis offset devem ser adequadamente colados, para que possa haver uma resistência à humidade da impressão offset.
Dada a característica pegajosa da tinta de offset, o papel deve ser muito resistente, a fim de evitar a remoção de pedaços da superfície desta, durante a impressão.
O papel offset, tem as seguintes característica: feito de pasta química branqueada, colagem de superfície e carga mineral de 10 a 15%, destina-se sobretudo à impressão offset de: revistas, livros, folhetos, cartazes, selos, etc. Usualmente é comercializado nos formatos 87x1 14, 66x96 e 76x1 12 cm nos pesos de 60 a 150 g/m2.
Segundo Abraham Moles, no livro O Cartaz de 1987, as medidas dos cartazes nos continentes estão compreendidas entre 80x120 cm, 120x160 cm, 240x160 cm, 2x3 m, 4x3 m e 6x3 m.
No entanto, hoje em dia, a escolha das medidas do cartaz é feita tendo em conta o suporte e as respectivas características no qual irá ser aplicado, podendo estes ser: mupis, outdoors, paineis rotativos, etc. Estes suportes publicitários são utilizados para inserção do cartaz segundo a aplicação de normas estandartizadas em que, previamente à impressão do
cartaz deve-se ter em atenção para além das características do suporte, as dimensões da mancha publicitária e da superfície mínima de impressão. Como exemplo, apresentamos uma ficha técnica da empresa CEMUSA Portuguesa (empresa de publicidade exterior).
- Características do suporte Painéis iluminados
- Medidas do cartaz 120x175 cm
- Mancha publicitária 116x171 cm
- Superfície mínima de impressão 118,5x174 cm
- Tipo de papel Couchet Mat 140 gramas

A escolha dos locais
Para se efectuar o contacto com as empresas que vão introduzir, afixar o cartaz, as agências de publicidade têm que definir itens relativamente aos locais de afixação tais como: cidade, distrito; endereço; posição; formato; passagem (canos, pedestre, diversos); estabelecimentos vizinhos; altura da base (acima do solo); visibilidade; natureza dos suportes (madeira, pedra, metal, etc.); conservação; apreciação e preço.
Por sua vez, a afixação do cartaz pode submeter-se a várias condicionantes relativas aos seus pontos estratégicos de afixação, tendo em conta: zonas de transportes, zonas de comércio, locais de escritórios, locais de distracção cultural e desportiva, zonas industriais e zonas periféricas. Estes factores irão condicionar as imagens e as mensagens a utilizar em função do impacto que vão causar no público alvo.

Tipos de cartazes
Contudo, o cartaz divide-se em diferentes tipos, entre eles: os comerciais, os culturais, os sociais e os ideológicos. Por sua vez, estes foram expressos segundo diferentes técnicas tais a fotografia ou o desenho, cromático ou a preto e branco, argumentador ou sedutor, primitiva ou elaborado, de estilo 1900 e 1926 (arte déco), moderno, abstracto, simbólico ou concreto. Estes ao longo dos tempos foram desenvolvidos por diferentes cartazistas que inovaram e contribuiram para a evoluçâo do cartaz. Entre eles destecaram-se vários exemplos.

Conclusão
Como podemos constatar neste trabalho, o cartaz ideal é aquele cujo texto é breve, ou seja, que mostre no mínimo de palavras o máximo das ideias principais.
È importante também que não é conveniente utilizar muitas mensagens num só cartaz pois consecutivamente levava a uma dispersão e o objectivo ficaria perdido.
Ao conjugar os elementos a incutir: texto composto por frases curtas e incisivas, e imagens sugestivas que utilizem fortemente a linguagem cromática; é preciso procurar uma harmonia na distribuição de espaços. Contudo, o espaço em branco é decisivo visto que, ele permite destacar os pontos importantes.
A economia de cores é outro factos a ter em conta onde com duas ou três cores apenas, pode-se exprimir o objectivo de atrair a atenção e despertar o interesse do observador.
Concluindo, um cartaz não deve contar uma história ou descrever caminhos mas sim abrir horizontes."


Bilbliografia
Animação através do cartaz, Ministério da Educação-Direcção-Geral da Educação de Adultos
Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse Selecções, Selecções do Reader`s Digest, Lisboa
Design por Computador, Salvat Multimédia
DINIZ, Maria Emilia; TAVARES, Adérito; CALDEIRA, Adriano M., História 9, Editorial o Livro
Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, Editorial Verbo, Lisboa
Falando do Ofício, Soctip, Lisboa, 1992
FRANÇA, José Augusto, Ramos-Pinto, 1980
GALLO, Max, L´Affiche Miroir de L´Histoire, Robert Laffont, Paris
GARCÍA-BERMEJO, José Maria Faerna, Grandes Pintores do Século XX-Taulouse d`Lautreck, Globus, 1994
JUTE, André, Grelhas e Estrutura do Design Gráfico, Destart, Lisboa, 1999
LELLO, José; LELLO,Edgar, Lello Universal, Lello e Irmão, Porto, 1991
LOURES, Carlos, Técnicas de pintura e Desenho/Desenho por computador, Lisboa, Ediciones Génesis, 1992
MUNARI, Bruno, Design e Comunicação Visual/Arte e Comunicação, Edições 70, Lisboa, 1968
NOGUEIRA, Mário Marcelo; ROCHA, Carlos de Sousa; Panorâmica das Artes Gráficas, Vol. I, Plátano
RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo; Dicionário de Comunicação; São Paulo, Editora Ática,1987
RENDINGER, Chistine de, L`affiche d`intérieur le poster, Medium
Vários, A Comunicação no Quotidiano Português/Colectânea de Comunicações apresentadas na I, II e III Jornadas de Comunicação do CES/ISCTE, Relógio d`Água, Lisboa 1984
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...Créditos Ana Monteiro

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