A sanguina por Ana Monteiro...





Por Ana Monteiro... 
"A sanguina é constituída por oxido de ferro e pó de giz. É um pigmento que foi utilizado durante milhares de anos pelos Egípcios nos hieróglifos e em pinturas murais dos túmulos, e pelos Romanos nas paredes decoradas com frescos. Durante o Baixo Renascimento (1420-1500), poucos artistas praticaram o desenho de sanguina, preferindo o carvão e o giz negro. Estes eram mais estáveis e menos berrantes que a cor vermelha da sanguina.

Porém, por volta de 1580, foi descoberto o líquido fixador, e Leonardo da Vinci explorou as propriedades e potencialidades do desenho com sanguina. Conseguiu bons resultados e depressa foi seguido pelos artistas do Alto Renascimento, como Miguel Ângelo, Rafael, Correggio, Pontormo, Andrea del Sarto, etc.

É o material ideal para desenhar a figura humana e óptima para realizar esboços de estudos de nus. Em papel branco ou em papel de cor creme, a sanguina permite áreas iluminadas, luzes e reflexos. Com a aplicação de giz branco possibilita desenhar e imitar a cor da pele. Esta riqueza, de matrizes não se consegue obter por nenhuma outra técnica de desenho.
Há sanguina em barras, paus, pó ou em lápis, com a cor caracteristíca, que é o vermelho ( vermelho inglês), carmim e sépia.

A sanguina pode ser esfumada com esfuminhos ou com os dedos, de forma a criar os tons leves e delicados das áreas de cor de pele como, por exemplo, no rosto.
Tal como no desenho a carvão e seus derivados, é possível usar um esfuminho para traçar linhas, sombrear grandes áreas ou para dar volume.
Proporciona uma grande variedade de cores, desde a cor siena natural ao sépia-escuro, passando pelo vermelho inglês e pela cor de terracota. Estas cores associadas ao giz preto ou de cor, produz uma qualidade artística muito semelhante à das pinturas a pastel.
Todas as cores da gama da sanguina, assim como o giz branco e o preto, podem diluir-se com água, produzindo aguadas semelhantes às da aguarela.
O giz é fabricado a partir de pigmentos de qualidade inferior. A sua elaboração, é também, menos cuidadosa. Nunca se exige deste meio técnico, mais do que uma complementaridade, para a execução de quadros. É raro pintar obras apenas com giz."
...Créditos Ana Monteiro


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