A Identidade corporativa por Ana Monteiro...



Por Ana Monteiro... 

"Prefácio
No Design Gráfico é pertinente estudar-se o conceito de identidade corporativa de uma empresa, a fim de que a concepção de qualquer objecto gráfico possa evidenciar com clareza a sua natureza. Deste modo, elaborou-se uma pesquisa teórica tendo em conta outros elementos que são inerentes à identidade corporativa, tais como: marca, identidade, comunicação e manual de identidade.
Introdução

Verbalmente, este trabalho parece abordar um tema que nos é familiar. De facto, esta palavra – identidade-é usada consciente ou inconscientemente por todos nós.
Mas, será que a definição que damos a este termo corresponde ao seu verdadeiro significado ? A verdade é que, essa definição seja ela objectiva ou subjectiva não perde a sua notabilidade-algo que representa uma pessoa , um objecto.
No entanto, a sua abordagem mais delineada não poderá ser feita previamente sem que, outros termos que lha são inerentes sejam definidos.
Identidade corporativa, imagem corporativa e comunicação corporativa são termos interdependentes: cada uma influencia a outra. Um indivíduo, uma organização, uma empresa ou uma instituição só existem e são reconhecidos socialmente se possuírem uma imagem, uma identidade e forem capazes de comunicar como o meio que lhes é envolvente (interior e exterior). Logo, todos eles estão inter-relacionados uns com os outros pois, a compreensão de um não dispensa a explanação do outro.

A marca
A marca é constituído por um nome, um termo, um sinal ou por um desenho e pode ainda ser constituído pela combinação de todos ou alguns destes elementos. Ela identifica um serviço ou um produto perante um vasto número de produtos existentes no mercado, o qual se denomina por concorrência.
A identificação da empresa, do produto ou da instituição pode ser adquirida através do nome da empresa, do símbolo visual (pode ser figurativo ou emblemático), do logotipo (consiste na representação gráfica do nome ), da marca corporativa ou logomarca (constituído pelo nome, símbolo e pelo logotipo).
Segundo Costa (1989) “o acto de marcar sempre esteve ligado à ideia de identidade”. Esta sua ideia está relacionada com as origens de marca, isto é, desde século V a.C. na época em que os artesões faziam a sua marca nos seus objectos. É de realçar também a época em que os pintores renascentistas assinavam as suas obras de arte, passando também pelo tempo mais longínquo e que os tribais faziam as tatuagens, acto este que actualmente, também se faz e está em voga. Não podemos esquecer também das nossas assinaturas, pois, de certo modo elas representam a marca da nossa própria imagem.
A partir da revolução industrial, séc. XIX deu-se a evolução da marca, tornando- - se esta, num instrumento do marketing onde a crescente prática das técnicas de promoção e das vendas com a produção em série ou em grande escala emancipou a importância da selecção das marcas.
Nesta altura como os mesmos produtos eram comercializados por fornecedores diferentes tornou-se necessário para os fabricantes distinguirem os produtos entre eles. Consequentemente, surgiram as primeiras marcas comerciais e por volta de 1890, os países industrializados criaram uma legislação sobre a propriedade e protecção das marcas.

Actualmente, tudo possui uma marca, desde a água até aos frutos, passando também pelas roupas e outros objectos do nosso quotidiano. Cada vez mais surgem mais e mais marcas.
Segundo Murphy e Rowe (1992) “ cada ano são registradas no mundo em
torno de 750 mil marcas novas, e já existem 3 milhões de marcas registradas na Europa, 1 milhão nos Estados Unidos, outro milhão no Japão e uns 20 milhões em escala mundial”.
Na nossa era, a do consumismo, a marca cada vez mais passa a fazer parte das nossas vidas, visto que, elas têm um carácter e funções essenciais tais como: fazer- se conhecer, reconhecer e memorizar; afirmar a identidade; garantir autenticidade, a origem e a qualidade dos produtos.
Assim, as marcas identificam um produto, serviço ou organização; distinguem-se umas das outras; transmitem ao público informações sobre a sua origem, valores e as suas qualidades; anotam os valores; representam potencialmente bens valiosos; constituem propriedades legais importantes.
A marca vai também influenciar o sector das vendas. Quanto mais uma marca se distingue e notabiliza o produto, mais depressa este será vendido. Mas, para que isto aconteça, a marca tem que ser compreendida pelos consumidores, afirmando um nome curto sem analogias negativas ou ofensivas; ser de fácil leitura e pronuncia; ter expressividade, reconhecimento e memorização fácil; ser facilmente aplicável a diferentes meios de comunicação; desligar-se do tempo para que não fique ultrapassada e ter ligação com a imagem do produto.
Souza e Nemer (1993) afirmam que: “para fins legais as marcas podem ser inventadas, temos como exemplo a Kodak, a Omo e a Bick; arbitrárias – as palavras têm sentido, mas a ligação com o produto ou empresas é de livre arbítrio – como por exemplo a Apple, Camel e Shell; podem ser sugestivas - sugerem algo- ex.: Lux, chocolate Lion; descritivas –descrevem a natureza do produto ou serviço - ex. Azeite “Galo”.

Existem também aquelas marcas denominadas genéricas pela vulgarização ou popularização, temos como exemplo: Jipe, Gilete, Cotonetes. Resumindo, o nome deve ser o mais descritivo possível para que o consumidor possa rapidamente fazer a inter-relação com o produto.
Para que uma marca se torne grande, ela tem que saber transmitir a sua imagem de espírito, uma emoção e uma personalidade bem definida. Souza e Nemer (1993) associam alguns produtos a determinados atributos. Ex. “Coca-Cola – emoção e vitalidade; Hugo Boss – veste os líderes; Levi´s – o rústico autêntico; Omo – reconhecimento e valorização da dona de casa”.
As marcas quando são conceituadas de topo, o seu valor torna-se num património da empresa que por vezes são mais valiosos do que as próprias fábricas ou equipamentos.
Esta teoria é argumentada com base na análise que o grupo inglês Interbrand da revista “Financial World” faz às marcas mais conceituadas no mercado, os quais chegam à conclusão de que a Coca-Cola em 1994 foi a marca mais valiosa do mundo, cujo valor foi considerado de USD$ 35.9 biliões e a Marlboro como segunda marca cujo com USD$ 33 bilhões.
Seguidamente iremos apresentar uma tabela referentes aos anos de 1994 e 1996 onde constam as 10 marcas mais conceituadas do mundo.

1994 1996
Coca-Cola 35,95 44
Marlboro 33,045
MacDonald´s 43
IBM 19
Disney 18
Kodak 13
Kellogg`s 9,372 11
Budweiser 9,724 11
Nescafé 11,549 10
Intel 6,48 10

Marcas mais conceituadas do mundo entre 1994 e 1996. Valores expressos em dólares americanos.

Concluímos que, as marcas apenas erguem e mantêm o seu património através da sua conceitualidade no mercado, se a empresa responder aos requisitos internos e externos necessários para tal. Esses requisitos equivalem à preservação de valores e atributos próprios da sua identidade e imagem que abordaremos posteriormente.
No entanto, para além desses valores e atributos que a marca deve possuir, destacam-se também as diversas vantagens e desvantagens com que ela se defronta no mercado.

As vantagens possibilitam a execução de uma extensão de linha dos seus produtos, maior margem de lucros, lealdade dos seus consumidores, etc.
Mas, em oposto, as desvantagens ou dificuldades, como por exemplo a “pirataria” levam muitas das vezes a que as empresas ou entidades recorram aos tribunais para defenderem o que é seu.


Marca e Comunicação
Para que uma marca se coloque num nível elevado é necessário que ela invista no factor da comunicação. Através dela pode-se informar aos consumidores que a marca existe perante os outros produtos e que tem os seus próprios atributos e valores. Isto faz com que os consumidores ou públicos alvo a procurem. Mas, para que isso aconteça não é só o factor do nome que faz com que ela seja conhecida mas também:
- um nome sonoro e subjectivo- ex.: Sanyo
- Um logotipo de impacto- ex.: bússola estilizada da Varing
- Cores apelativas – ex.: C&A (tem um azul e um vermelho vivo)
-Embalagem original- ex.: a embalagem do whisky “Ballantines”, do perfume “Noa”
- Simbolo forte (que possa figurar sozinho e ser associado à marca)- ex.: o jacaré da Lacoste ou o da Mercedes- Benz
- Forma exclusiva- ex.: Rolls Royce ou o Jaguar
- Texto ou um slogan de suporte- ex.: “Azeite Gallo a cantar desde 1919” ou “Novidades novidades só no continente”
- Música alegre- ex.: Jingles da Coca-Cola ou a música do café Mokambo “ Diga bom dia com Mokambo...”
Assim, as marcas ao longo do seu ciclo de vida podem se modificar, mas também tem que se manter estáveis durante um periodo de 10 a 15 anos ou então passarem a centenárias.


Origem da imagem corporativa
A imagem corporativa surgiu no âmbito da necessidade que as pequenas, médias e grandes empresas tiveram em modificar os seus símbolos, logotipos e cores. O restailing da imagem ou da marca gráfica é feito devido ao facto de haver várias empresas a fabricarem o mesmo produto logo, para que as empresas sobrevivessem no mercado era necessário existir a diferenciação entre os seus produtos.
A imagem possui duas definições antagónicas, sendo uma de carácter objectivo e outra subjectivo. A primeira faz referência à imagem visual, grafismo que a empresa utiliza para comunicar com o público. A segunda define a imagem corporativa como toda a representação mental e/ou subconsciente que o público faz da empresa.
Esta é apenas uma das várias definições que podemos encontrar desta componente do Design, consoante os autores. Seja qual for a definição, genericamente a imagem da empresa é uma atitude, afirmação que esta tem (adquire) com o público.
Gradualmente, essa imagem evolui não unicamente por intermédio do Design dos seus produtos, da publicidade, das relações industriais(com outras empresas) como também das relações que estabelece com o público. Esta evolução é importante para a empresa e para a sociedade, pois diariamente novas empresas e multinacionais são erguidas, daí a crescente e justificativa procura de imagens das empresas para que a suas identidades sejam expressas.


A importância da imagem corporativa
Todas as organizações, empresas ou instituições (lucrativas ou não lucrativas) necessitam de possuir uma imagem pelas seguintes razões:
- rápido crescimento e desenvolvimento do mercado
- existência de homogeneidade entre os produtos e serviços levando a que as empresas criem atributos e/ou valores próprios que garantam a diferenciação dos seus produtos
- pouca durabilidade do ciclo de vida dos produtos . Era necessário “avivar” a comunicação desses produtos e serviços através da criação de novos valores e atributos expressos através da embalagem, papeis, edifícios, funcionários, etc.,...

Os factores que influenciam a imagem de uma empresa são:

Suportes físicos: Escritórios
Fábricas
Pontos de venda
Equipamentos de apoio no posto de venda,
(...)

Pessoal em contacto: Dirigentes, Quadros
Recepcionistas, Porteiros
Atendimento de clientes
Reclamações
Serviço pós- venda
Vendedores
(...)

Organização: Estrutura e organização
Missão da empresa
Valores comuns partilhados
Sentido de eficácia
Responsabilidade sobre o mercado
(...)

Factores de imagem visual: Nome da empresa
Marca
Logotipo
Slogan
Sinalética (instalações, veículos)
Papel timbrado, cartões de visita
Montras, expositores
(...)

Acções de comunicação: Publicidade
Força de vendas
Promoção de vendas
Marketing directo
Relações públicas
(...)

Suportes de comunicação: Anúncios
Audio - visuais
Brochuras
Catálogos
Cartazes
Fardas
(...)


Origens da identidade corporativa
A identidade corporativa desde sempre existiu, mesmo antes da existência das entidades. Seja ela manifestada através de ritos, bandeiras, escudos, hinos, trajes, condecorações, etc. Estes elementos sempre possuíram atributos diferentes que destinguem as culturas umas das outras.
Actualmente o conceito que se tem da identidade como forma de ser e actuar na sociedade teve como principal antecedente a empresa alemã AEG, entre 1907 e 1908. Foi com base na identidade desta empresa que o Arquitecto Peter Behrens e o Sociólogo austríaco Otto Neurath implantaram a ideia de que “a arte orientada à sociedade intervém na melhoria do nível de vida das pessoas” isto é para que existisse uma diferenciação entre os produtos, catálogos, anúncios, etc.,...de várias entidades foi necessário atribuir uma identidade à empresa de forma a que a sua apresentação perante o seu público/ sociedade fosse de forma clara e objectiva. Assim, a identificação que o público irá fazer da imagem de cada empresa facilita a orientação, conduta da sua escolha relativamente ao produto/ serviço que melhor responde às suas necessidades.
O primeiro impulso dado à concepção de identidades às empresas surgiu na Grã Bretanha e nos Estados Unidos nos anos 40. Em virtude destes impulsionadores, nos anos 60 e 70 universalmente, outras empresas começaram a sentir também a necessidade de possuírem a sua própria identidade a qual iria facilitar as suas intervenções no mercado ou na sociedade onde estavam inseridas.


Comportamento/ Identidade
A discussão geral do termo “identidade corporativa” implica uma análise comparativa com o comportamento humano, o qual define a imagem ou identidade de um indivíduo em relação ao seu meio envolvente.
Todo indivíduo projecta consciente ou inconscientemente uma imagem, seja ela abstracta ou concreta, visível ou invisível a verdade é que através dela produz-se um determinado “estilo”. Esse estilo apesar de ser individual e pessoal pode ser identificado por outrém - por exemplo, um perito pode reconhecer facilmente uma pintura como pertencendo a um determinado artista, baseando-se no estilo que é utilizado na pintura.
A análise referente ao comportamento humano também pode ser integrado dentro de um grupo, instituição ou empresa.
Baseando do que foi referido anteriormente, o ser humano tem uma identidade própria que o destingue e permite sobreviver na sociedade em que se insere. A mesma teoria se aplica à empresa. Tanto o ser humano como a empresa possuem um ciclo de vida o qual é constítuido pelas seguintes fases: nascimento, crescimento e morte.
Pode- se dizer, no entanto que, cada empresa possui a sua própria identidade, a qual irá permitir que ela perante as outras se assuma como uma entidade única.
Deste modo, a identidade é definida segundo – Luís Reto e Albino Lopes em “Identidade da empresa e gestão pela cultura”- como “ um conjunto de características interdependentes da organização que lhe conferem a sua especificidade, a sua estabilidade e a sua coerência” na sociedade.
Essa entidade define- se através do manifesto da sua filosofia, da sua cultura, ou missão, do seu conceito de qualidade e serviço, das suas condutas de actuação, do seu próprio estilo de gerenciamento, das suas formas de organização interna, entre outros.

A organização como programa da identidade corporativa

Uma empresa pretende cada vez ter uma maior influência sob a sua imagem, e a identidade corporativa é uma ajuda vantajosa para essa obtenção. O conceito de identidade corporativa é geralmente ligado ou associado ao estilo que a empresa adopta quando “enfrenta o mundo lá fora”, através do: logotipo, uniforme, etc. mas, inclui também o modo como o telefone é atendido, quando toca, e o comportamento físico(postura)dos seus funcionários e directores.
A identidade corporativa encobre ou abrange todos esses elementos visuais e não visuais.
O programa da identidade corporativa é iniciado porque: o grupo alvo pode ser mudado ou expandido.
Segundo Costa(1989) “ a identidade corporativa deve ser planejada sob o princípio de universalidade, temporal, espacial e psicológica”. Ou seja, a identidade que a empresa possui e/ou adquire teve como fundamento os conceitos, enquadramentos temporais, espaciais e psicológicos a que pertence.
Antes de uma empresa possuir uma identidade própria deverá conceber um programa de identidade corporativa a qual será a partir desse momento o seu “bilhete de identidade” que a identificará através da descrição das suas características, valores, atributos, princípios, etc. Este programa é principalmente planejado e estudo tendo em consideração que:
- será feito para durar;
- será feito para expandir-se e estar presente em muitos suportes e meios simultaneamente;
- será feito para ser assimilado, memorizado, interiorizado por um número indefinido de indivíduos.
Para que estes objectivos fossem alcançados com algum sucesso a empresa teria que se adaptar consciente e rapidamente às mudanças sociais, políticas, etc.; deveria estruturar uma linguagem que fosse universalmente compreendida de forma a que, os seus ideais e objectivos sejam alcançados por todos os segmentos sociais tratando-se estes de consumidores ou audiências (público externo e interno da empresa). Por último, a empresa deverá ser flexível, mutável pois, deve possuir características gráficas que confiram a transmissão fácil e eficaz da sua identidade através da sua aplicação num número variado de suportes, canais e meios.
Em sequência da orientação destas “dicas”, a empresa prolonga a sua expansão por intermédio da fixação de uma identidade corporativa a qual é responsável pela sua continuidade perceptível dentro e fora da sociedade.
No entanto, a identidade da empresa deve possuir maior tempo de durabilidade possível e prevalecer as suas características conceptuais e gráficas. Assim, é necessário criar um manual de normas onde tudo será registrado e consultado sempre que a sua utilização o justifique.


Comunicação corporativa
Todas as actividades de uma empresa devem adaptar-se aos objectivos desta, e o mesmo se aplica à identidade corporativa.
A estratégia da comunicação é formada pela ligação estabelecida entre os objectivos da empresa e os objectivos da identidade corporativa. É essencial que, os objectivos da empresa sejam claramente compreendidos antes da confirmação e delineação de qualquer actividade da área da identidade corporativa.
A comunicação interna e externa determina a imagem desejada e o modo como esta será alcançada. Esta imagem deve diferenciar-se inicialmente, dentro do grupo alvo predominante. Nesse caso, a diferença deve ser eliminada com o auxílio da estratégia da comunicação. Deste modo, a empresa pode apreender o controlo da sua identidade e por conseguinte da sua imagem.
A estratégia da comunicação favorece a empresa na medida em que, será através dela que a empresa saberá qual o meio e de que forma é que ela pode comunicar para com o seu público, tornando-a clara e eficiente.
Os objectivos da identidade corporativa derivam desta estratégia; paralelamente, toda a empresa utiliza na sua comunicação interna e externa vectores da sua identidade as quais condicionaram a sua memorização organizada, estruturada e completa.

Pode- se considerar os seguintes vectores: nome, logotipo, isotipo (símbolo), cor, cultura, sinalização de imóvel e organização interna e externa.

Nome
O nome é o principal elemento que marca a existência da empresa e a faz distinguir- se das outras. O nome aparece não somente na identificação da empresa, como também no produto (que é a marca), nos lugares da inscrição social (das pessoas) e legal (das empresas).

Logotipo
O logotipo é constituído por palavras ou grupo de letras, apresentadas em desenho característico destinado a funcionar como elemento da identidade visual de uma empresa, de uma instituição ou de um produto. O logotipo tem que ser simples, legível e possuir um impacto visual forte de modo a que o seu público o possa identificar e interpretar facilmente. Assim, torna- se importante a concepção de um logotipo que por si só consiga transmitir o dinamismo, personalidade, etc., da empresa os quais, mais uma vez, reflectem a sua identidade.

Isotipo
O isotipo é constituído por imagens figurativas (animais, plantas, objectos) ou abstractos que irão receber um tratamento gráfico representando desta forma, o que a empresa faz e todas as actividades que lhe são inerentes.


Cor
Exemplo de um logotipo em que a cor simboliza o poderA cor é um elemento gráfico que faz parte da imagem da empresa. A sua aplicação é feita, tendo em consideração a empresa ou produto a que se destina, bem como os factores: sociais e históricos da sociedade em eu ela está integrada. Por exemplo temos o negro no Ocidente como símbolo do luto, o qual adopta no Oriente a cor branca.
Também tem que se ter em conta o facto de que a cor não deve servir somente à imagem da empresa bem como também aos seus interesses, isto é, deve- se recorrer à aplicação de uma cor cujas características a nível de reprodução e quantidade não possuam custos elevados de Impressão à empresa. Temos como exemplo a aplicação (exagerada) do dourado, do prateado ou da gradação cromática de uma cor (degradé).


Cultura
A cultura é um conjunto de “solicitações postuladas” sobre uma acção colectiva.
Por outras palavras a cultura define- se pelo conjunto de interesses, valores, ideais, etc. que são comuns entre os membros da empresa cuja actuação, manifestação interna e externa caracterizam a empresa.
Tal como no meio de um grupo, religião, civilização, também dentro de uma empresa existe uma cultura que é seguida e preservada por todos elementos que nela se integram. Esta cultura será por esses elementos transmitida para o exterior da empresa para que gradualmente ela seja melhorada. Consequentemente, todas as empresas poderão diferenciar –se uma das outras possuindo uma cultura própria e única.

Exemplo da sinalização do imóvel- - posto de abastecimento da GalpA MacDonald´s é o exemplo de uma organização cuja expressão total de união é evidenciada através da própria cultura. Baseada num sistema de fraschising, esta organização tem espalhado pelos quatro continentes inúmeros restaurantes as quais mantêm entre si as mesmas regras e o mesmo programa de identidade corporativa. Deste forma, “a empresa mãe” consegue estruturar uma operação uniforme e idêntica para todas as suas filiais.
Esta imagem que a MacDonald´s pretende transmitir para o público, foi obtida através da sua cultura baseada na mentalidade, na atmosfera e na identificação de cada indivíduo que dela fazem parte.


Sinalização do imóvel
Como sinalização do imóvel podemos entender ou definir o recurso à implantação que é dada à imagem da empresa. Tratando- se de edifícios, sedes centrais, interior de armazéns ou superfícies, lojas, etc., será nestes locais que se irá estabelecer uma relação directa entre o público e as empresas uma vez que, o público pode se dirigir a estes locais sempre que necessitar obter informação, comprar um produto, etc...

Caderno de normas
O Designer quando elabora um logo ou um símbolo de marca terá que prever e normalizar as suas aplicações nas diferentes situações que lhe são inerentes. Assim, ele elabora uma serie de normas que juntas formam o “Manual ou Caderno de Normas da Imagem da Empresa”.
Através deste documento consegue- se assegurar a continuidade e coerência do trabalho bem como a resposta a todas as perguntas que possam surgir relativamente à identidade corporativa que inicialmente foi normalizado pelo Designer e que posteriormente será executado por outros profissionais.
Resumindo, o manual deve transmitir situações claras e evidentes que não deixem dúvidas, a fim de não existir interpretações erradas que poderiam alterar a imagem gráfica da empresa.
Os manuais são elaborados até aos mínimos detalhes. A sua organização varia consoante a empresa e o respectivo briefing e podem ser constituídas pelos seguintes itens:

1- Carta de apresentação do Manual, assinada por o Director da Empresa

2- Indíce geral

3- Indíce por elementos (símbolo, cartas, sinais, ...)

4- História da companhia:

- Antecedentes
- Primeiros símbolos, evolução e modificações
- Símbolos similares existentes


5- Necessidade de uma Identidade Corporativa:

- Importância para a empresa
- Importância para a sociedade, para os negócios e para o país
- Benefícios derivados da Identidade

6- Criadores da nova Identidade:

- História Profissional
- Outros trabalhos realizados

7- Responsáveis do programa de Identidade:

- Hierarquias
- Modo de actuação no caso de imprevistos e/ ou dúvidas

8- O programa de Identidade




A Imagem de Marca de uma empresa pode ser concebida e estruturada no Manual de Normas através dos seguintes objectos gráficos:

Elementos básicos de Identificação:
- Isotipo
- Logotipo
- Marca
- Tipografias auxiliares
- Cor

Aplicações primárias:
- Elementos básicos a cores
- Elementos básicos a preto e branco
- Elementos em negativo
- Aplicações e reduções
- Distorções permitidas
- Aplicações em distintos fundos
- Usos correctos e incorrectos
- Colocação geométrica dos Símbolos

Outras aplicações:
- Elementos básicos em 3 D
- Elementos básicos em animação por computador
- Iluminação dos elementos básicos

O Isotipo:
- História
- Razão de ser
- Uso individual
- Uso conjunto com outros Isotipos

O Logotipo:
- História
- Razão de ser
- Uso individual
- Uso com outros logotipos

A Marca:
- História
- Uso individual
- Uso com outras Marcas

Tipografias auxiliares:
- Famílias tipográficas permitidas
- Uso conjunto com a marca e com outras famílias
- Espaço entre as letras
- Espaço entre as linhas
- Ampliações e reduções
- Distorções permitidas



Aplicações específicas:
- Papelaria: 1ª e 2ª folha de carta, cartões de visita, envelopes, cumprimentos, notas fiscais, notas de entrega, notas de crédito, recibos, letras, talões, relatórios, folhas de controle, circulares, memorandos, folhas de pagamentos, declarações, pastas, arquivadores, calendários, etc. Em todas as suas medidas e modalidades.

Publicações:
- Históricos
- Folhetos
- Livros
- Revistas
- Relatórios
- etc..

Arquitectura:
- Pautas gerais
- Ambiente
- Acessos

Sinalização:
- Sistema geral
- Sinais de ordem
- Sinais de informação
- Sinais de prevenção
- Sinalização de edifícios

Elementos de Gastronomia:
- Talheres
- Toalhas
- Menus
- Mobília
- Interiores de Restaurantes

Elementos, máquinas e ferramentas:
- Sistema geral
- Elementos para produção
- Maquinaria
- Ferramentas

Veículos:
- Carros de vendedores
- Carros de directoria
- Autocarros
- Camiões de distribuição
- Motos

Sinalização de Fábricas:
- Sinalização de departamentos
- Sinalização de salas

Comunicações:
- Sistema geral
- Anúncios na imprensa, revistas, televisão, rádio, cinema
- Publicidade
- Stands em feiras e exposições
- Outros meios e suportes publicitários



Conclusão
A dedução que se pode retirar desta abordagem teórica é que: uma empresa é como uma pessoa: ela “veste-se” e tem um de estilo próprio que definirá a sua identidade. Esta identidade é consequência da imagem que está na mente de todos aqueles que se relacionam com a empresa incluindo os funcionários, os clientes, os accionistas, os fornecedores, os financiadores, não esquecendo os media .
A empresa quando fomenta uma identidade própria está a projectar o reflexo do que ela é, do que ela faz e de quais são os seus objectivos e perspectivas no mercado em que actua.
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Bibliografia
Apontamentos de Comunicação III do Docente: Arsénio Vieira, “Imagem coordenada da empresa”, Viera, Ricardo;
Apontamentos de Gestão Integrada do Docente: Pedro Santos;
Costa, Joan, “Identidad Corporativa y estrategia de empresa”, CEAC;
“Curso prático de Desenho Gráfico por computador”, Ediciones Genesis;
Olins, Wally, “Corporate Identity”, Thames and Hudson;
Reto, Luís e Lopes, Albino , “ Identidade da empresa e gestão pela cultura”;
“Técnicas de Pintura e Desenho – Desenho por computador”, Ediciones Genesis ;
“The image of a company”

Revista “atlantis-Tap”, Setembro 1998, páginas 63;
Revista “Fortuna “, n.º38, 49,30,31,58,63,54 e 46 de 1994 a 1997;
Revista “Magazine Notícias”, n.º 316, 1998, página 14 e 15;
Revista “Marketeer”, n.º43, Janeiro de 2000, página 68 e 69, 74 à 78;

Sites:
http://www.geocities.com/CollegePark/Dorm/5627/amarca.htm

Imagem/Créditos
https://www.emaze.com/@ATCZCLT
...Créditos Ana Monteiro
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