Lápis de cor por Ana Monteiro...

Por Ana Monteiro... 

"Lápis de cor
Os lápis de cor são uma inovação recente e são constituídos pela mistura de pigmento com um aglutinante e talco ou caulino, sendo depois mergulhado em cera derretida e é rodeado por madeira de cedro Americana porque é macio, mas é o suficiente para proteger a mina e resistir à pressão da mão do artista.
Os lápis de cor oferecem-nos a possibilidade de executar obras de uma forma simples e muito cómoda. Cobrir com cores um desenho previamente executado, não é o mesmo que pintar, pois aqui pretende-se qualquer coisa mais, ou seja, obter um perfeito equilíbrio entre a cor e o desenho, sem que exista um predomínio evidente entre um e outro. Em suma, pintar é conseguir que as cores tenham forma.

Como se pinta com lápis de cor?
A norma básica a ter em conta é a seguinte: a integração e a mistura das cores deve ser conseguida através de sucessivas sobreposições das mesmas, insistindo numa ou noutra com maior ou menor intensidade, até obter o tom que procurávamos. Existem cores com mais capacidade do que outras para colorir, devendo ter-se muito cuidado com a ordem pela qual as iremos sobrepondo, bem com o grau de intensidade com que as aplicamos. As cores do lápis não podem ser apagadas, pelo que, para não cairmos em excessos e para não produzirmos indesejáveis desajustamentos cromáticos ou para não deteriorarmos o papel, as aplicações executadas com elas deverão ser progressivas.
Os lápis de cor não precisam, como outros meios, ser misturados antes da sua aplicação, por exemplo no caso do óleo cujas cores são previamente combinadas na paleta. Os lápis misturam e fundem as suas cores sobre a própria base em que a obra é executada, sem necessidade de qualquer manipulação prévia.
São muitas e diversas as qualidades e variedades com que os lápis de cor são comercializados. Porém podemos agrupá-los em função das possibilidades que oferecem e as que mais nos interessam, em três grandes grupos:

1º-Lápis gordos, são os mais macios, tendo misturada com o seu aglutinante de cola.
2º-Lápis de dureza média: são os mais utilizados, possuindo o seu aglutinante uma dada quantidade de cera virgem, resina e aguarrás ou terebentina, em quantidades muito reduzidas.
3º-Lápis duros: possuem uma composição muito semelhante à das aguarelas, pelo que são também solúveis na água.

Os Fabricantes
Todos os fabricantes de lápis de grafite fabricam também lápis de cor. Costumam ter uma tabela de cores muito extensa que comercializam tanto por unidades (lápis a avulso) como em caixas mais ou menos luxuosas de 12, 24, 48, ou 72 lápis de cores diferentes.
Existe um extensa variedade de marcas, sendo o gosto do artista a escolher o que mais lhe interessa, em função de vários factores, nomeadamente o seu custo e a sua qualidade. No mercado encontram-se à venda várias marcas que variam de fabricante para fabricante. Descriminamos a seguir algumas marcas e seus fabricantes.

MARCA FABRICANTE PAÍS
Derwent studio Rexel Cumberland País Inglaterra
Polychromos Faber- Castell Alemanha
Staedtler Staedtler Alemanha
Prismalo I e II Caran d´Ache Suiça
Lyra Rembrandt Alemanha
Albrecht Dssrer Faber Castell Alemanha
Mongol Faber Estados Unidos

Os lápis oferecem ao artista a possibilidade da pintura plena, porque, se forem bem utilizados, não esgotam as suas potencialidades expressivas no simples colorido, indo muito mais além: dão forma às cores, desenham e pintam. Com eles pode e deve procurar-se algo mais do que as combinações das cores primárias, uma vez que colocam ao nosso serviço quer a sua precisão, quer uma enorme gama de tons. A gama de cores é enorme, de tal modo que se podem conseguir pinturas com um grau de realidade que lembra uma imagem fotográfica, com efeitos de veludo, metal, água, etc...
Com um apara lápis, o bico fica em forma de cone ou com um X-Acto forma-se um bico longo em forma de bisel, com o qual se obtêm traços grossos.
A posição do lápis não pode ser muito inclinado deve formar um ângulo cerca de 45º aproximadamente.

SUPORTES
O lápis de cor pode-se aplicar em papel e cartão de superfícies não acetinadas que podem ter qualquer tipo de textura.
A escolha do papel adequado é decisiva , uma vez que ela vai influir não só na comodidade do nosso trabalho, como também nas texturas e em grande parte da qualidade que a obra acabada irá oferecer. São muito recomendáveis os papéis tipo Canson, uma vez que possuem as rugosidades suficientes para favorecerem a aderência e s retenção dos pigmentos dos lápis. Existem igualmente papéis de cor que é conveniente tomar em consideração, sendo os de grão grosso os mais apropriados à obtenção de tons uniformes. As melhores cores para o suporte são: Creme, Azul-Claro, Cinzento e salmão.

Lápis de Aguarela
Quando pretendemos pintar, no sentido mais estrito da palavra, não nos podemos limitar às cores básicas ou primárias, pois se apenas nos socorrêssemos delas não conseguiríamos uma matização cromática conveniente. Falamos de matizes e não simplesmente de cores, porque é óbvio que as cores primárias nos permitem obter toda a restante gama, sendo não menos evidente que os lápis comercializados nos poupam essa procura, proporcionando-nos o tom exacto ou muito aproximado que em cada caso os nossos trabalhos exigem.
Dado que as cores dos lápis não cobrem totalmente a textura, teremos de recorrer ao branco do papel base para obter o máximo ajustamento tonal possível.
Nos lápis solúveis na água podemos ampliar as suas possibilidades expressivas. No entanto nunca se devem molhar directamente os lápis. Se pretendermos que o efeito final seja a aguarela, depois das cores estarem fixas aplica-se em seguida um pincel macio e humedecido. Pincela-se sobre a zona já pintada, possibilitam grandes capacidades expressivas. As marcas do lápis devem permanecer, por isso não se deve desfazer demasiado a cor.
Para obter estes efeitos, o papel tem de ser resistente, devendo estar fixado a uma prancheta, para evitar as típicas deformações durante o processo de secagem.
Se o papel tiver textura e se pretendermos que a textura se note deve pressionar-se pouco o lápis. Mas se pretende uma superfície opaca de cor viva deve-se carregar com o lápis a ponto de ele amachucar as rugosidades do papel. No entanto, neste caso, a superfície não aceita outra cor sobreposta. A superfície pode cobrir-se com traços ou de modo a que se obtenha um efeito homogéneo.
..."
...Créditos Ana Monteiro
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