A estética da página por Ana Monteiro...


Por Ana Monteiro... "A face de uma folha, a qual designamos de página, pode conter diferentes informações ou imagens, as quais transmitem mensagens a diferentes leitores ou receptores.
Assim, as páginas são constituídas por conjuntos de elementos impressos, os quais são mensuráveis e que por vezes, são um problema quando se organizam no espaço e quando se faz a divisão do vertical e do horizontal.
Determinados factores estabelecem a localização desses elementos no espaço gráfico, desde os factores sociais, tais como os hábitos de leitura; ópticos; estéticos, influenciados pela moda de determinada época, pelas correntes artísticas, etc,...
A percepção visual e a lógica da leitura está relacionada com o tipo de paginação tipográfica que por sua vez está relacionada também com a narrativa literária ou verbal. Deste modo temos que ter em conta que o nosso olhar lê da esquerda para a direita e de cima para baixo.
O designer gráfico, quando elabora uma página, por vezes trabalha um pouco pela intuição, o que não está correcto. Assim ele deve primeiro estudar atentamente os factores, entre eles o da "moda gráfica" do passado e do presente, deste modo já pode criar um método de trabalho racional o qual lhe permitirá um trabalho que estabelecem uma ordem (regular).
Uma página tem um aspecto físico que transmite uma mensagem ao leitor, ambientando- o à temática. Ela informa os receptores a partir da maneira como está redigida, o enquadramento que se deu, entre os outros, produz e conduz a atenção do leitor de acordo com a ordem pré- estabelecida pelo seu criador, o designer gráfico, o qual põe em prática o ritmo gráfico, a alternância da imagem e do texto ou dos blocos de texto entre si e a sua relação formal e dimensional.
Esses elementos preparam e orientam os leitores provocando uma sensação agradável que torne apetecível a leitura do texto.

A história da grelha
A grelha é apresentada de forma implícita, a qual, existiu apartir da época em que o homem teve necessidade de registar a informação. Esta informação tinha como base apriori em blocos de pedra de formas regulares, placas de argila e mais tarde folhas de papiro ou de velino até aos nosso dias em que domina o papel de celulose.
Os responsáveis pelas primeiras normas em relação a parâmetros e limitações aplicados em colunas, margens e espacejamentos foram os copistas da idade média dos quais com a evolução do tempo surgiram os Designers da Comunicação/ Gráficos.
Com a invenção e com o desenvolvimento da impressão através dos tipos móveis inventados por Guttemberg em meados do século XV criou- se um grande avanço na tipografia. A partir daqui, começou- se a fundir milhares de letras em metal ou esculpidas em madeira, sobre as quais, o tipógrafo formava palavras, frases ou textos, que eram colocados sobre o papel segundo linhas ou colunas.
Esta nova visão da estética da página seria totalmente diferente da época dos copistas visto que a criatividade era um factor mais evidente nas páginas efectuadas pelos copistas. Assim, por outro lado a tipografia como forma “de camisa de forças” a qual tinha que seguir aqueles parâmetros e manteve- se até aos quatro séculos que seguiram.
Mais tarde na escola Alemã , a Bauhaus, Jan Tschishold defendia a utilização e a assimetria da grelha. A aplicação desta nova “técnica” foi difícil de se implantar, a qual, só era utilizada por uma minoria elitista devido aos designers da Bauhaus serem os primeiros na aplicação dos layouts rigorosos, eles retiraram aos tipógrafos esses dons sobre a aplicação de grelhas ou de layouts.
Na II Guerra Mundial, com a chegada de fotocomposição, os designers aperceberam- se que o regresso do controlo ao impressor fez com que surgi- se uma “catástrofe nas mãos de muitos tipógrafos” e que não estavam familiarizados em relação à liberdade inerente da fotocomposição.
Devido a este problema de formalização de grelha um grupo de Designers Suíços adoptaram este problema de forma a torná- lo um auxílio para o ensino. Seguidamente começou a surgir as primeira publicações entre eles:
1961- The Graphic Artist and his Design Problems ; 1981- primeiro livro prático “Grid Systems”; 1983- Surge Postscript e a Macintoch.

A grelha
A grelha tem como objectivo criar uma ordem na página. Quando ela é bem aplicada ajuda o receptor a visualizar rapidamente a informação quer seja numa revista, num jornal, etc...
Assim a grelha influencia o factor da legibilidade, de reconhecimento e de compreensão e nunca com a tal “camisa de forças”.
O objectivo da grelha está dividido em três classes tais como: repetição, composição e comunicação.
Para a elaboração de uma revista ou de um livro em cada nova página, através da novas tecnologias, não é necessário a repetição da representação das margens, colunas e linhas de base, antes de colocar os textos e os elementos gráficos. Isto é cria- se um layout o qual é para o resto do seu conteúdo de forma a que o design da páginas tenham o mesmo aspecto. Assim essa organização desse tipo de layout afirma- se perante os concorrentes com uma “identidade corporativa” a qual a identifica.
A repetição identifica- se como uma característica ornamental benéfica, a qual, ajuda os receptores a encontrarem sempre o material no local respectivo.
A composição vai ter diferentes formatos como base, nos quais, as composições de texto são impressas e que anteriormente foram estudadas. A variação do entrelinhamento do texto no qual é influenciado o gosto pessoal e a iniciativa do Designer. A iniciativa corresponde ao conjugar de dimensões, formas e equilíbrios dos elementos gráficos a fim de apresentar elementos com ênfase correcto o qual contribui para a compreensão do receptor.
O Designer Gráfico comunica através das mensagens escritas ou ilustradas, as quais, são transmitidas através de diferentes suportes. Nestas mensagens a personalidade do Designer nunca deve ser visível. A grelha com que é estruturada a mensagem é como um “filtro de modéstia” entre a personalidade do Designer e a do receptor. Assim as grelhas podem ser interpretadas como aspectos comunicativos onde podemos encontrar elementos no mesmo local, por exemplo, as colunas de uma revista. Para tornar esses elementos importantes o Designer “joga” com as várias possibilidades a nível de composição e de tipo, juntamente com a disposição do espaço.


Temos como exemplo quando o designer elabora um jornal, por exemplo primeiro ele faz um esboço e posteriormente, com a ajuda de uma retícula, que é um instrumento de trabalho muito versátil, pode distribuir e encontrar soluções racionais e estéticas para tornar os seus elementos eficazes.
A retícula é uma grelha que divide a área de trabalho e é constituída por linhas verticais e horizontais, as quais criam espaços ou campos menores ou maiores. Estas não têm que ter as mesmas medidas mas, tem que manter as mesmas proporções ( estas linhas são implícitas quando chegam às mãos dos leitores).
Os campos tem que estar separados por um determinado espaço porque deste modo faz com que as imagens ou manchas de texto não se toquem umas nas outras provocando má legibilidade.
Após o designer gráfico, conhecer a dimensão e a natureza da informação a transmitir, ele faz o esboço contando com os tipos de letra, os corpos, o entrelinhamento e o tamanho de imagens.
Elementos da grelhaFormatos

Os formatos para cada tipo de publicação são variáveis, quando estamos a eleger um formato temos que ter em conta os diferentes factores, para revistas por exemplo tem que ser um formato prático. Os formatos também podem ser interpretados por diferentes vertentes tais como: os pequenos apresentam graça e leveza e em oposto os grandes indicam o luxo, a força e a potência. O formato que as pessoas preferem é o rectângulo. Este possibilita uma forma dinâmica e harmoniosa. Os rectângulos também se podem dividir em horizontais e verticais. Os horizontais sugerem repouso, força e estabilidade e em oposto temos os verticais que dão ênfase, vibração, impacto, ânimo, fé e elegância aos assuntos que nele são construídos sobre forma implícita.


Devido ao mundo se ter transformado numa aldeia global fez com que determinados conceitos ou normas sejam aplicadas em comum em todos os designers. Um exemplo são os tamanhos ISO ou DIN (Detsche Industrie Normen) porque é de origem alemã são conhecidos e aplicados por designers europeus, asiáticos e americanos. O ISSO é dividido pelas séries: A (tamanhos aparados), B (tamanhos não aparados), C (tamanhos para envelopes)e RA (maior do que a A).

ISSO polegadas mm

A0 33.11 x 46.81 841 x 1189
RA0 33.86 x 48.03 860 x 1220
SRA0 38.58 x 48. 03 980 x 1280

A0 33.11 x 46.81 841 x 1189
B0 39.37 x 55.67 1000 x 1414

A0 33.11 x 46.81 841 x 1189
A1 23.39 x 33.11 594 x 841
A2 23.39 x 33.11 420 x 594
A3 11.69 x 16.54 297 x 420
A4 8.27 x 11.69 210 x 297
A5 5.83 x 8.27 148 x 210
A6 4.13 x 5.83 105 x 148
A7 2.91 x 4.13 74 x 105
A8 2.07 x 2.91 52 x 74
A9 1.46 x 2.05 37 x 52
A10 1.02 x 1.46 26 x 37

As margens
As margens são dos primeiros factores a serem determinados e que por sua vez determinam a área onde se vai aplicar os objectos gráficos. Estas podem também transmitir aos receptores várias mensagens tais como:


Tipografia
Quando reproduzimos textos, em corpos tipográficos, temos que transmitir uma imagem satisfatória e bastante nítida, para poder possibilitar uma leitura demorada sem provocar fadiga no leitor. Assim, o designer tem que escolher o tipo de letra que se adapte ao fim a que se destina, sem se esquecer da função da legibilidade. De
facto torna-se impossível estabelecer regras sobre os tipos adequados ou tipos inadequados, porque também depende dos vários factores desde, o fim a que se destina, a cor, o espaço e o entrelinhamento que se vai
utilizar.
Mas, pode-se afirmar que os tipos adequados são: os clássicos, que transmitem um peso médio e que tenham sido experimentados e comprovados ao longo dos anos. Segundo Philip Megs e Rob Carter, apresentam no livro “Typographic Spencimens: The Great Typefaces” 38 tipos clássicos que foram seleccionados após a um inquérito a vários designers tipográficos. Temos como exemplo dos tipos seleccionados:

Bondoni
Caslon
Franklin Gothic
Futura
Garamond
Goudy Old Style
Times New Roman
...

Para título e palavras que se pretendem dar mais ênfase podemos optar por um tipo que contraste com o tipo utilizado no texto mas, evitando que a sua anatomia seja igual ao texto porque, deste modo demonstra um insuficiente contraste que pode induzir a erro tipográfico. Um exemplo positivo é a utilização de letras com serif e sem serif e um exemplo negativo é a combinação de um Clason e de um Goudy Old Style.

O designer também tem que ter em conta o contraste ou a harmonia que o tipo de caratere transmite e terá também que evitar a mistura ou o exagero de diferentes tipos, porque torna-se um obstáculo na leitura e na definição do estilo próprio do projecto gráfico.
Após a escolha do(s) tipo(s) de letra poder- se- á jogar com as possibilidades das variações tonais desde o “Light” (letra com espessura fina),“Itálico” ( letra inclinada para a direita, pode-se designar por “grifo” ou “aldino” (derivado ao tipo de letra utilizado por Aldo Manuzio)), o “Negrito” (traços mais grossos). Estas variantes usam-se para pôr em destaque algumas partes da informação a transmitir tais como o título, o texto e as legendas.
O texto deve ser composto em caixa alta (para inicio de: frases, nomes próprios, datas, cargos, épocas de calendário,...) e em caixa baixa porque assim proporciona ritmo e facilidade na leitura. Se fosse usado SÓ EM CAIXA ALTA TORNAVA A LEITURA MAIS CANSATIVA E DEMORADA E OCUPAVA MAIS ESPAÇO DO QUE as de caixa baixa.
O tamanho da fonte varia segundo a distância que vai actuar o projecto gráfico. Por exemplo para a leitura de um texto entre uma distância de 30.5 cm e 35.6 cm é aconselhado entre o tamanho 8 e 12.
Deve-se também evitar o exagero de diferentes tamanhos, Josef Muller- Brockmann afirma e defende a utilização de 2 tamanhos diferentes num trabalho gráfico.
O espacejamento ou a separação entre as letras é muito importante e hoje em dia é um processo muito fácil devido às possibilidades facultadas pela informática. O espaçamento correcto das letras depende de letra para letra e depende também do fim a que se destina, isto é, se é para ser visto num outdoor, num folheto, num jornal ou simplesmente num texto ou como título. Quando o espacejamento entre as letras é muito junto torna o texto mais escuro, ao contrário, quando o espacejamento é muito longo faz com que o texto se torne mais claro. Ambos os casos provocam ilegibilidade. Segundo Rob Carter “uma cor consistente e igual” entre as letras é que provoca uma boa legibilidade. A separação ou o espaçamento entre as palavras não pode ser: excessivo porque faz com que haja um espaço grande em branco na frase; e não pode ser demasiado curto porque se forma assim um elo de ligação entre as várias palavras da frase.

O espaço entre as linhas também é importante porque faz a separação das palavras. Quando o espaço é curto entre as linhas faz com que os leitores façam uma leitura mais lenta porque os olhos assimilam ao mesmo tempo várias linhas, quando o espaço é exagerado o leitor demora mais tempo para encontrar a linha seguinte. O espaço correcto varia entre 1 e 4 pontos (a unidade de medida na imprensa é o ponto e 1 ponto equivale a 0,3759 mm) entre linhas. Em relação ao texto e à imagem, a mancha poderá ajustar mais ou menos às margens da página.
O texto também pode ser dividido em colunas, nas quais deve ter em atenção que, as colunas mais estreitas correspondem a um corpo mais pequeno e vice versa. Deve- se também de calcular e estabelecer um número de linhas utilizado para as colunas. No sistema reticular devem de estar alinhadas com as imagens, não só as linhas do texto mas também as legendas, os títulos e os subtítulos entre outros.
O espaço vazio, numa página, serve para enquadrar, dividir, arejar, agrupar e dar ênfase à mancha gráfica. Este factor é o mais importante no desenho de uma página surpreendendo o leitor pela elegância e o arejamento que transmite esse tipo de imagem e definindo também o carácter da publicação.
Resumindo as regras que fazem com que haja uma boa legibilidade segundo Rob Carter são:

“1º Para uma legibilidade máxima, escolha tipos clássicos e testados ao longo do tempo, com um cadastro comprovado.
2º Tenha o bom senso de não utilizar demasiados tipos diferentes ao mesmo tempo.
3º Evite combinar tipos que têm um aspecto muito semelhante.
4º O texto em caixa alta atrasa muito a leitura. Utilize caixa alta e baixa para obter a melhor legibilidade possível.
5º Para tipos de texto, utilize tamanhos que, de acordo com estudos de legibilidade, sejam mais legíveis.
6º Evite utilizar demasiados pesos diferentes de tipos ao mesmo tempo.
7º Utilize tipos de texto com peso para livro. Evite tipos com um aspecto pesado ou demasiado leve.
8º Utilize tipos de largura média. Evite tipos que pareçam extremamente largos e estreitos.
9º Utilize um espacejamento consistente de letras e palavras de modo a conseguir uma textura sem interrupções.
10º Utilize comprimentos de linha adequados. As linhas demasiado curtas ou compridas prejudicam o processo de leitura.
11º Para tipo de texto, utilize um espacejamento entre linhas que transporte facilmente os olhos de uma linha para outra.
12º Para uma legibilidade máxima, utilize alinhamento à esquerda e desalinhamento à direita.
13º Procure terminações consistentes e rítmicas.
14º Indique claramente os parágrafos, não prejudicando a integridade e a consistência visual do texto.
15º Sempre que possível, evite viúvas e órfãos.
16º Realce os elementos no texto com descrição e sem perturbar o fluxo da leitura.
17º Mantenha sempre a integridade do tipo. Evite alongar arbitrariamente as letras.
18º Alinhe sempre as letras e as palavras pela linha de base.
19º Ao trabalhar com tipo e cor, certifique- se de que há um contraste suficiente entre o tipo e o seu fundo.”

O papel
A escolha do papel também é muito importante porque este vai influenciar no resisto da fonte tipográfica
Segundo o autor André Jute recomenda as seguintes combinações:

Baskerville- corresponde a um papel leve e brilhante
Plantin- papel macio
Bembo- papeis de aspecto antigo
Bodoni- papel muito brilhante
Caslon- papel irregular
Caslon 540- (ATF) e Caslon 3 (ATF)- para tecnologia de impressão,
papeis e velocidades de impressão

A cor
A cor é outro elemento fundamental na estética de uma página. Há combinações de cores que nunca provocam uma boa legibilidade e que estão comprovadas. Daniel Beresniak indica que as melhores combinações de cores e as que provocam maior legibilidade:

“1- preto sobre o amarelo,
2- preto sobre o cor- de- laranja,
3- cor- de- laranja sobre o azul- marinho,
4- verde sobre o branco,
5- escarlate sobre o branco,
6- preto sobre o branco,
7- azul- marinho sobre o branco,
8- branco sobre azul- marinho,
9- cor- de- laranja sobre o preto,
10- branco sobre preto,
11- branco sobre o verde- garrafa,
12- branco sobre o escarlate,
13- branco sobre púrpura,
14- púrpura sobre branco,
15- azul- marinho sobre o amarelo,
16- azul- marinho sobre o cor- de- laranja,
17- amarelo sobre preto,
18- escarlate sobre o amarelo,
19- amarelo sobre azul- marinho,
20- púrpura sobre o amarelo”

Composições visuais
Num projecto gráfico quando se elabora uma composição tem que se dar atenção à ordenação dos elementos . Deve- se evitar o enchimento das páginas para não dar origem à monotonia e ao cansaço do leitor.
As composições podem ser divididas em dois grupos: composição formal ou simétrica; ou composição informal ou assimétrica.
As primeiras apresentam formas estáticas, se traçarmos uma linha no centro da folha vemos que existe uma simetria em ambos os lados.
No segundo grupo apresentam uma forma dinâmica o que possibilita uma variedade de elementos mas, temos que ter em atenção alguns factores tais como:

Atmosfera; Contraste; Destaque;
Equilíbrio; Harmonia; Movimento;
Proporção; Ritmo; Simplicidade;
Unidade

A atmosfera faz referência ao clima onde está inserido o resto do projecto gráfico e onde se põe em prática a harmonia dos espaços ou campos.
No contraste podemos usar pesos, direcções e diferentes tamanhos a fim de evitar que as composições visuais sejam monótonas.
O destaque é obtido pelo peso, tamanho ou posição de um elemento em relação aos restantes elementos, também pode ser determinado pelo espaço ou pelo dominio da cor.
Através do equilíbrio de formas estabelece- se uma harmonia e estabilidade visual gráfica. Temos como exemplo a 1ª página do jornal onde a parte superior é "leve" e na parte inferior encontra- se fotos e títulos de destaque sendo o equilíbrio destas formas muito importante.
A harmonia pode ser estabelecida através da linha, da forma, do tamanho, da cor,... Estes elementos devem ser aplicados em proporções convenientes ou proporcionais.
O movimento é provocado pela colocação de formas e figuras geométricas; de linhas; triângulos; diagonais; formas de S, Z, e L; círculos, sendo um intenso estímulo, com breves paragens nos pontos de interesse, até percorrer toda a composição.
A proporção é constítuida por tamanhos, pesos e medidas as quais proporcionam formas agradáveis, proporcionais e equilibradas. Aqui também se utiliza o método geométrico, onde se divide e se subdivide a área de trabalho através de linhas verticais, horizontais e diagonais, a fim de obter um trabalho harmonioso e a criação de
pontos de maior captação da atenção dos leitores, denominados pontos dourados. Existe algumas “leis de relação” sobre os princípios genéricos da proporção tais como:

“- Uma forma é mais interessante quando o comprimento é uma vez e meia a largura.
- Quando um espaço se divide em três partes, uma destas deve ser dominante e as outras têm de se relacionar com ela e entre si.
- Deve existir uma relação entre as partes de uma composição e com respeito ao conjunto, para que o resultado seja agradável.”

O ritmo é um grande elemento de força na composição publicitária, porque bem relacionado e subtil impressionam bastante a memória dos receptores; por isso ele deve ser dinâmico ou estacionário.
A simplicidade evidência- se retirando- se o que está a mais, porque muitos elementos juntos torna complicado a interpretação da página. Assim obtêm- se uma ordem, menos manchas unitárias e maior concentração da atenção.
A unidade consiste em que tudo numa página está "arrumado" e em proporção.
A utilização correcta destes elementos faz com que as edições tenham uma construção racional e estética que provocam agradáveis leituras e com o factor de uma boa legibilidade.
Actualmente estes elementos podem ser modificados rapidamente devido à auto- edição, a qual permite através de vários programas de softwaree estabelecer um processo rápido e eficiente sem necessidade de passar por fotocomposição, fotomecânica, etc.



Projectos gráficos
No mundo editorial encontra- se dois grandes grupos: a imprensa diária e a empresa periódica.
Na imprensa diária o tempo é um factor muito limitado devido ao seu caracter diário. Este factor faz com que exista sempre a possibilidade de realizar mudanças em cima da hora, para dar lugar a uma notícia de primeiro plano. Isto leva que a elaboração inicial da retícula, para este trabalho, pode ser alterado em determinada página. Num diário, numa relação de texto imagem, a imagem cederá espaço ao texto, pois a prioridade é da informação escrita. Isto já não acontece nos jornais desportivos, visto que, estes dão mais importância à imagem do que à informação escrita. Assim, o texto cederá espaço à imagem. Visto que o seu carácter é mais descontraído e pretende distrair mais do que informar. Estas características acentuam- se devido à abundância de imagens e de estas serem a cores e terem grandes formatos.
Na primeira página de um jornal podemos encontrar três elementos principais tais como:
identificação, constituída pelo seu logo e símbolo; o tipo de página que pode ser de impacte, de propaganda, entre outros; elementos de realce em relação aos outros jornais os quais podem adoptar uma imagem de grande impacto ou com títulos grandes, podendo os mesmos ser em caixa alta com cor;
Nas páginas interiores dos jornais, na parte superior (Cabeçalho), podemos encontrar o título e a data. Este tipo de informação é útil, visto que, quando se pretende arquivar determinado assunto de uma página esta apresenta logo os elementos a que pertence, sem ser necessário arquivar todo o jornal.
Na última página por vezes encontramos a continuação das notícias iniciadas na primeira página.
Na imprensa periódica, constituída pelos semanais ou quinzenais, a elaboração é mais cuidadosa e trabalha com formatos mais pequenos. Aqui os elementos gráficos encontram- se mais equilibrados e são impressos em papeis de melhor qualidade e apresentam uma qualidade superior a nível da impressão.
As imagens, nestes tipos de publicações, são a cores e são parte "introdutória" do texto.
Neste tipo de publicações as pessoas têm tendência, em primeiro lugar a desfolhar e só posteriormente é que são lidos. Deste modo criou- se a necessidade de que as imagens devem de ser de formatos consideráveis e atraentes.
Em alguns casos, e como estratégias, no começo dos artigos alguns elementos situam- se mais à margem para provocar a atenção dos leitores, quando eles fazem uma primeira abordagem à revista desfolhando- a.
São inúmeros os artifícios gráficos. Entre eles temos o uso da cor, tratamento de fundos, barras, flashes, frisos entre outros.
A primeira página da revista, denominada capa, é normalmente constítuida por uma gramagem superior em relação às páginas interiores. Estas também têm um acabamento especial, tal como, a aplicação de uma camada de verniz, aplicação de relevo, etc. e por vezes podem também apresentar ainda uma aba. Nesta página, e como acontece também no jornal, pretende- se visualizar e realçar a identificação que se encontra na parte superior. Por baixo da identificação normalmente encontra- se uma foto de grande formato, sobre a qual se encontram os títulos dos assuntos tratados nesta edição.
Em todas as páginas encontram- se também a receptiva numeração, títulos ou o logotipo da revista.
Na contracapa normalmente a publicidade por vezes ocupa a página inteira.
A publicidade é um elemento presente em todos os tipos de imprensa. Ela ajuda financeiramente a revista, e o seu preço está estabelecido consoante o espaço e local que ocupa. Sendo a própria revista/jornal a fazer o preçário, normalmente as páginas pares são as mais caras, já não falando da capa, do meio da revista e da contracapa. Também quanto maior é o espaço que a publicidade ocupa mais caro se torna. Em anexo junto alguns exemplos do preçário de algumas revistas.
O preço dos diferentes meios de imprensa varia muito devido aos vários factores, entre eles a qualidade de papel, a qualidade de impressão, os acabamentos, etc...

..."
...Créditos Ana Monteiro
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