O desdobrável dedicado a Verner Panton.. Por Ana Monteiro


Por Ana Monteiro... 

O desdobrável dedicado a Verner Panton
“Tenho que exagerar para marcar uma posição”
 , Verner Panton

"Verner Panton (1926-1998) viveu durante a época sessenta onde predominava uma cultura extremamente rígida e definida na sociedade Dinamarquesa e Mundial.
Perante esses conceitos implícitos da época ele destacou-se tornando-se num Designer com conceitos e técnicas muito próprias, onde, a funcionalidade e a aurabilidade atingiram grandes focos.

Deste modo, a sua carreira iniciou-se na Academia de Belas Artes de Copenhaga onde cedo começou a elaborar objectos para serem concebidos por firmas de grande prestígio a nível do design tais como: a Herman Miller, VitraThonet e Rosenthal. Este Designer, Dinamarquês, tornou-se rapidamente, nos anos sessenta, conhecido no mundo inteiro demonstrando grandes capacidades da concepção dos seus objectos. Nestes, a funcionalidade e originalidade são totalmente implícitos e perante a sociedade, vai gerar grande controvérsia devido às suas formas exageradas e totalmente imaginárias dedicadas para a sociedade predominante.

Fora em 1961, que Verner Panton, apresentou estas suas formas originais à sociedade, através da revista de decoração de interiores dinamarquesa “Mobilia”. Escândalo foi o fruto desta visão totalmente extravagante que mais tarde viria a ser considerado como um ataque radical ao design típico dinamarquês, afirmando-se como uma posição inovadora. Essas formas inovadoras foram incutidas totalmente na sociedade possibilitando-lhes novos modos de ver e de estar perante a vida e o mundo. A sua metodologia equacionou-se, sobretudo na exploração e inovação de novas formas, às quais, lhes adaptou também novos materiais e tecnologias ingressando e criando na sociedade grande impacto.

De Setembro a Novembro de 2001 esteve presente em Portugal, mais concretamente, no Centro Cultural de Belém uma exposição referente a este conceituado Designer. Uma retrospectiva das suas obras e ambientes fora organizada pelo Design Vitra Museum”.
Ao visitar este espaço eu tive especial atenção ao modo como estes objectos comunicam com os seus visitantes, ou seja, todos eles tem modos diferentes de estar e de comunicar. Paralelamente e através de uma faceta não demonstrada neles, mas sim, sentida, o designer incorpora-lhe uma razão de para quê e de porquê. Estes conceitos justificativos serão sempre transmitidos e captados através dos sentidos, que cada um possui. A visão, um elemento indispensável e, sem ela, era impensável ter esta visão tão realista. Através dela, consegue-se obter uma quantidade extremamente elevada, a nível de informação e até superior em relação aos restantes sentidos.

A cultura e o modo de vida de cada indivíduo influencia, de certo modo, como ele se desloca e se confronta perante determinados ambientes. Mas, todo este mecanismo só é descodificado devido aos sentidos que cada um de nós possui. A visão, é um dos mais importantes, e cada um de nós tem perspectivas e modos de ver divergentes, porque temos sensibilidades diferentes. Assim, ao elaborarmos uma reflexão referente a um determinado espaço, para mim, poderá determinados elementos transmitir algo quer a nível organizacional ou estrutural que possivelmente para outra pessoa seria indiferente. Como Designer, refiro que todos os Designers e Artistas perante tudo o que lhes é envolvente têm sensibilidades muito acentuadas e que posteriormente se reflectem no seu modo de estar e de fazer. Assim, para que tudo isto, se estabeleça para se ver e para sermos vistos é necessário a luz. Esta é a geradora de grandes focos e de forças criadoras em que Platão considerava que a visão era dividida não à entrada de luz, mas antes, a partículas projectadas dos olhos.

Houve duas teorias rivais acerca da natureza da luz. Isac Newton, que defendia que a luz era constituída por um fluxo de partículas, enquanto Chistopher Huysgens considerava que a luz era dividida a impulsos. Outra questão notória era saber se a luz se propagava a uma velocidade finita ou instantânea. Várias investigações foram feitas, até que Roemer chegou a uma conclusão; a velocidade da luz era de 278 Km/s, que posteriormente fora corrigida para 186 000 milhas por segundo ou 3x1´º cm/seg.. Seguidamente Newton descobriu que a luz branca é composta por todas as cores espectrais, é a decomposição de um raio de luz solar num espectro, e ao recombinar seguidamente as cores em luz branca. Newton atribuiu assim as sete cores do espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.
A diferença física entre as ondas de luz e outras ondas reside na sua frequência. Apenas uma pequena faixa da frequência da luz estimula o olho e dá origem à visão e à cor.
Resumindo tudo no mundo é sensível à luz, as plantas captam a luz para realizar a sua fotossíntese, e todos os animais utilizam-na no seu dia a dia.
Os olhos reagem à luz, mas a percepção da forma e da cor só é possível quanto esses são transmitidos ao cérebro que irá interpretar (através de cadeias de impulsos eléctricos), os sinais dos neurónios enviados pelas imagens formadas nas retinas.
Após a captação destas formas cada pessoa obtém um sentido crítico e distinto de todos os outros, assim ao estar em contacto com todos os aspectos envolvente à exposição de Verner Panton assimilei e transmitirei em seguida o meu modo de ver e de permanecer.

Verner Panton ao criar estes objectos que em conjunto dão ambientes e espaços aplica-lhes uma estética, a qual, teria que ter uma forte ligação com o contacto implícito do utilizador. Para além deste objectivo ele abordou o conceito de espaço porque nesta altura a ida à lua era um factor memorizável e ainda primário. Assim, o conceito de espaço em função com o objecto iria também ser abordado.
Um dos seus objectos criados e que tiveram uma cotação notável de originalidade foram as suas cadeiras. Nelas é visível uma forma que contraria todas as tradicionais, e lhes adaptou novos métodos de sustentação conseguidos através de uma única forma. Uma visão totalmente diferente, chegando a elaborar uma panóplia e para cada uma, tem uma componente histórica a qual influenciou as formas chegadas.
Ideologias transformadas hoje em literatura ou em frases notáveis do já referido criador, são demonstradas ao início da exposição através de uma linguagem escrita. Aliada a este modo de ver, envolveu-se nesta composição, uma retrospectiva como carta de identificação, imagens fotográficas quer dos seus objectos quer do seu criador. Sob formas redondas aplicou-se a junção destes dois elementos palavras e imagens proporcionando e induzindo a um jogo rotativo demonstrador de duas facetas.

Ao entrar na primeira sala é visível um ambiente totalmente escuro onde habitam objectos mais concretamente vários tipos de cadeiras, todas elas de formas e com um cunho muito próprio. É visível cores muito apelativas e coloridas oriundas de formas híbridas, constituídas ao mesmo tempo, por texturas. O elemento, considerado como um objecto lendário na sociedade, não passa despercebido independentemente da idade e da naturalidade do receptor são indefinidamente fascinantes.
O negro fora aplicado neste primeiro espaço e está direccionado pelo gosto pessoal do artista, o espaço cósmico, o qual serviu de inspiração, dando origem a um ambiente firmemente rígido e indefinido, sobre o qual, paira focos luminosos direccionalmente apontados aos seus objectos.
A ideia do flutuar e do levitar é incutido nestes objectos, através da forma e da cor, agregando-se no tal espaço escuro, onde a dimensão e a visualização do homem perante a sua envolvência tornam-no num ser pacífico. Estas cadeiras contêm uma forma aparente inferior de um cone, onde acentua, a força gravítica sobe um vértice que é prolongado por quatro apoios totalmente discretos. A invenção desta forma impossível outrora por muitos outros Designers da sua época e que transmitia um objecto em que a força gravítica parecia ser anulada. A forma de um coração é visualizado na sua parte superior, sobre a qual, o Designer teve a preocupação de torná-la num objecto onde o Homem se sinta confortável e agradável.
A cor é outro factor deveras importante nestes objectos proporcionando um leque de cores quentes e alegres e por sua vez, a junção de todas estas cores, o preto, tendo esta um papel importante sobre o espaço envolvente. Assim, torna ou acentua os seus conceitos básicos iniciais sobre o espaço. Ou seja, a "Cadeira Coração" preta perante este espaço escuro ou preto fá-la num objecto indivisível onde o seu utilizador avista um estado de espírito de tranquilidade e serenidade onde a profundidade e a dimensão do campo envolvente é ilimitado e até ambíguo. Referente a esta cadeira fizeram-se simplesmente dois protótipos elaborados em tecido e esponja onde uma é de cor preta e a outra, uma cor oposta e bastante alegre, cor-de-laranja e possivelmente devido à receptividade foi-lhe adaptada outras cores.

Sentada nesta cadeira é visível outros tipos de cadeiras totalmente diferentes e impensáveis porque habitualmente as cadeiras têm quatro pés sobre as quais separa e ampara o nosso peso. Esta ideologia é completamente contrariada apesar, de nunca este Designer se ter esquecido da posição correcta que o ser Humano tem que ter. Assim, a contradição dos objectos predominantes dessa época dá fruto a uma outra previsão futurista o da concepção de uma outra cadeira cone onde a estrutura da mesma era visível na sua totalidade. O material utilizado, a rede e o metal, permitia criar este objecto com uma componente estética muito própria e totalmente diferente e nas zonas onde o homem tem um contacto directo auxiliou-se de um material que permite um conforto superior, a esponja e o tecido, com uma forma redonda e colorida, tornando num conjunto bastante atractivo para qualquer pessoa.

Outro exemplo de um objecto não comum é a “Cadeira Pavão”, mas esta tem a particularidade de se poder escolher e usar em multíplas situações, incutindo-lhe à mesma o factor de tridimencionalidade totalmente visível e inserção de zonas mais confortáveis.

Contudo e ao longo das suas invenções e das suas concepções, foi cada vez mais adaptada a novas situações mas, com o intuito de cada vez mais de dar à cadeira intuitos e enquadramentos diferentes em relação ao seu espaço envolvente. Verner Panton também tinha como principal objectivo realizar um objecto onde utilizara materiais baratos, de modo, a obter objectos acessíveis para a Humanidade.

A cadeira transparente e a ousadia referente à publicidade torna-a numa cadeira emblemática deste artista. A forma chegada e o material utilizado Plexi Baxe são totalmente inovadoras que a torna num objecto onde a leveza da sua forma concebeu-lhe um cunho incomparável e totalmente despercebido, quando a sua envolvência é muito escura. Este caso, é o que foi aplicado na sua publicidade onde a figura feminina é também irreverente pela acção predominante, ou seja, de beber uma cerveja pelo gargalo da garrafa em face dos preconceitos dessa mesma sociedade dos anos 60.

A transparência e leveza, foram então, mais dois factores a ter em conta aprofundando esta questão, originou um outro objecto, um sofá, feito de bóias insufláveis concebidos através de películas de plástico transparente cheio de ar. Este factor, por sua vez vai ao encontro equacionado com a ideia de espaço/ universo dando a este sofá a característica de que quem permanecesse nesse espaço sentira-se como em suspensão no ar. Nascera assim, a primeira cadeira insuflável.

Continuando neste espaço é visível um agradável e vasto leque de formas modulares onde o homem pode usufruí-las e tomar partido.

Posteriormente e como esta exposição tem como objectivo efectuar a retrospectiva deste Designer Dinamarquês emblemático das figuras do design dos anos 60. Esta organização efectuada pelo Vitra Design Museum, sediado em Weilam Rhein, na Alemanha, considerado um dos núcleos mais prestigiados a nível do Design Mundial. Ao longo destes ambientes aqui demonstrados, Fantasy Landscape e “Visiona 2” está também presente um dos trabalhos mais significativos deste criador é o caso da cadeira “S”. Inserida num segundo espaço onde se visualiza a sua evolução cronológica a nível de protótipos, todas elas estão inseridas sob uma plataforma dividida por dois patamares sobre a qual se desdobra a vasta evolução. Aqui, com o decorrer da evolução é visível várias formas e pequenas alterações que passam a ter devido à experimentação de materiais a fim de atingir uma cadeira que preencha os requisitos do Designer quanto à sua forma/função.
Até chegar à sua forma final inicialmente tinha um problema, ou seja, o material aplicado teria que ser viável perante a forma modular estipulada pelo Designer. A primeira concepção foi desenvolvida nos anos cinquenta e sob um modelo de madeira se introduzia uma matéria plástica que ia alta temperatura e acabaria por se moldar essa forma efectuada em madeira. O seu resultado não foi positivo devido à força gravítica efectuada pelo ser humano perante a cadeira, condicionava uma resistência muito frágil e corria o risco de se partir. Assim, como neste país, na Dinamarca, não existia o material adequado resolveu ir à busca de um novo material fulcral para a sua realização, deste modo viajou com o seu protótipo inicial, durante cinco anos pela Europa, contactando com empresas ou fábricas e Designers. Até que um dia desenvolveu em parceria com uma fábrica, aperfeiçoando a forma da cadeira em função do material criado, o qual não fora agradável porque posteriormente tinha que ser pintada e o material era extremamente rígido e acabaria por se partir também. Outro inconveniente e bastante visível é que nas zonas de grande contacto a tinta saltava e tornava-a com uma aparência não muito agradável e até mesmo de fraca qualidade, apesar de ter uma forma totalmente original. Consecutivamente chegaram a um material mais esponjoso e flexível e colorido concebido através de um termoplástico moldado por injecção de um Lurams realizado em 1965. A famosa "Cadeira Panton" assim denominada fora lançada em 1967 no mercado e após morte do Designer a Vitra Design (fábrica) faz uma pequena alteração devido à sua forma aparente, ou seja, passa a ter uma cor baça e não um aspecto brilhante o que implica, que a mesma, não tivesse riscos nas partes onde o seu utilizador tivesse maior contacto. Este material já não necessitava de um segundo tratamento a nível da cor porque o matéria ”Poliuritano” já contem essa característica. Este funcionava como uma espuma que se injectava no molde que posteriormente secava em contacto com o ar, resultando numa cadeira moldada a uma só peça, resistente, flexível e com custos plenamente acessíveis.
Assim, a "Cadeira Panton" considera-se como um ícone do Design onde a sua forma chegada de uma só forma é extremamente elegante tornando-se como a primeira cadeira na história do mobiliário com estas características.

Para além da componente explicativa oral da guia da exposição esta é acompanhada de significados textuais inseridos e colocados em locais estratégicos ao longo da exposição. A legibilidade dos textos é um factor importante e acessíveis simplesmente a quem saiba descodificar este tipo de canal ou código. Muito destes contextos são caracterizados também pelo Designer e Arquitecto Verner Panton o qual justifica as suas criações ou concepções.

Paralelamente, a estes objectos de interior, concebeu objectos que emitem luz e criam impactos emocionais. Posicionado numa das paredes é visível um módulo que projecta em seu redor uma luz cor de laranja. Uma iluminação diferente e com efeitos psicológicos envolventes e meramente invisíveis. Esta envolvência dá origem a um ambiente neste caso acolhedor e quente que é captado através dos sentidos mais concretamente da visão, ao contemplar, a sua cor e a sua forma. A cor é um factor importante, visto que, a psicologia da cor efectua perante o receptor um estado psíquico e físico, interferindo por sua vez, no comportamento humano.
Resumindo, o Designer como põem tudo em causa e tudo o que faz tem um fundamento e função, neste caso, a luz emitida, cor–de–laranja, visa dar ao espaço envolvente um ambiente a nível de temperatura quente e acolhedor e também sensações de alegria e tranquilidade, captadas pela visão e por sua vez ela comanda ou transmite estas sensações aos restantes sentidos.
Este módulo faz lembrar um jogo de grandes dimensões que se pode pegar nos vários sub-módulos e conjugá-los segundo o nosso gosto pessoal. As formas visíveis contêm formas circulares formando por si só relevos onde a cor branca e laranja são as predominantes. Para além desta iluminura concebeu outras sendo o seu amigo Poul Henningsen o seu inspirador, visto que, integraram reflectores coloridos nas lâmpadas que desenhava com o objectivo de mudar o estado de espírito dos receptores através da luz projectada.
As suas iluminuras baseiam-se em formas simples e geométricas quer em painéis de parede, de tectos coloridos, lâmpadas compostas por vários discos espirais ou esferas agregadas e de formas diferentes consideradas como candeeiros ou até mesmo obras de arte.

Por fim, e nesta sala encontra-se outros objectos sobre os quais se inserem sobre uma plataforma. A forma angular efectuada pela plataforma e pelo solo torna este conjunto sob uma perspectiva diferente onde os objectos inseridos podem ser consultados sob um ponto de vista diferente.

Vitra Design Museum inicialmente visualizou, estudou e estruturou todo este espaço e só depois se montou toda esta estrutura subjacente à exposição. Contudo, a colocação ou a disposição destes conjuntos de objectos de design perante este espaço, condicionam e influenciam por sua vez o livre arbítrio do visitante, ou seja, eles efectuam uma rota ou percurso que fora inicialmente estruturada.

A terceira sala inicia-se com a visualização de uma outra cadeira, só que esta, está inserida sob um orifício rectangular inserido numa das paredes laterais da sala. Aqui, presencia-se uma forma esponjosa de cor subtil em suspense, ou seja, esta forma está ligada sob quatro elementos coniventes para o mesmo ponto ou para um terceiro elemento inserido no tecto. Porém, esta combinação de elementos faz com que funcione tipo roldana proporcionando vários movimentos, tipo baloiço, podendo ao mesmo tempo regular a altura dessa forma horizontal, idêntico a uma forma natural, a uma banana. Filying chairs”, cadeiras voadoras, fora assim baptizado transmitindo conforto e comodidade devido aos materiais aplicados, tecido de lã, espuma e madeira. A criação de um ambiente agitado e animado e de uma nova dimensão do espaço interior era a finalidade do Designer que permitia ao seu utilizador um ambiente totalmente diferente da sociedade permitindo do mesmo modo, ter uma visualização panorâmica do espaço envolvente, causando um grande impacto em 1963.

Seguidamente e nesta sala salmão, pode-se apreciar várias paletas de padrões colocados na diagonal e posicionam-se na vertical, podendo os visitantes visualizar uma só paleta com dois padrões, frente e verso. Através de formas navegantes corrompidas de um jogo de cores fortes , apelativas e dinâmicas criou padrões têxteis geradores de movimento e de ilusões de óptica. Estas ilusões são criadas através das oito cores do espectro, de cinco formas geométricas: o círculo, a curva, o quadrado, as riscas e o xadrez, duas qualidades de tecido: o veludo e o cretone de algodão e por fim três tamanhos de repetição. Em pleno ano de 1969 estas novas ideologias têxteis foram o lançamento de sementes de design revolucionárias e expandidas por várias vertentes para o lar tais como: carpetes, esmaltes, estofos, papeis de parede, entre outros.

Em oposto a estes padrões visualizo um grupo de crianças fascinadas e totalmente divertidas perante um objecto tipo sofá familiar. Saltam e sentam-se perante os vários patamares, corrumpidos por formas admiráveis orbiculares coloridas e fofas. Este é um módulo e designado por "Torre Paton" com uma forma exterior quadrangular e no seu interior fora modelado e concebido formas, que permitem que várias pessoas possam-se sentar em várias posições em vários patamares. Esta estrutura feita em madeira e tecido transmite como todos os seus objectos um conforto notável.
Sentada na última fase poder-se-à estabelecer uma visão parcial aérea criando novas perspectivas sobre o ambiente da sala e sobre a vida.

Nesta mesma sala uma forma cilíndrica protege e mostra-nos mais uma variante de uma espreguiçadeira aliada a uma forma/ objecto de iluminação totalmente escultórica em madre pérola sobre a qual penetra grandes focos geradores de uma luz sensível e que não provoca uma agressividade perante o nosso olhar. Múltiplas formas redondas em suspance, perante a oscilação abrangida pelo ar, provocam movimentos suaves geradores de sons e de brilhos.

Na antepenúltima sala existe uma estrutura rectangular forrada com várias listas coloridas têxteis. Ao entrar, permanece uma sensação, a de que voltamos à nossa infância onde a ilusão, as formas envolventes de todo o espaço proporcionam uma “Paisagem Fantástica”. Esta estrutura, fora a solução encontrada pelo Designer Dinamarquês quando a empresa Bayer lhe propôs a realização de algo que demonstra-se essa nova inovação têxtil e as suas possibilidades a nível de cor. Por sua vez este objecto decorativo considerou-se como o seu ponto mais alto e a síntese de todo o seu portfólio. A solução de formas “holísticas” e a ultrapassagem da divisão tradicional das salas (Chão, parede e tecto) deu origem a uma só componente onde fora aplicada a cor, um padrão, várias formas e texturas.
Portanto, sentada dentro deste espaço visualizo um jogo de formas e cores que em conjunto formam uma espaço fantástico onde temos um contacto bastante permanente com os nossos sentidos. E, a visão, irá transmitir à nossa mente determinados códigos que vão influenciar por sua vez os restantes sentidos a incutirem determinadas acções de modo, a obter outros condicionantes que irão transmitir novamente à mente esses resultados. Perante esta interligação o Ser Humano reflecte perante milésimos segundos, dando a sua opinião sobre o objectivo em questão.

Por fim, na última sala poder-se-à consultar outras exposições realizadas em outros países, através da tecnologia informática onde no seu monitor é visível vários espaços de interiores.
A forma de uma outra cadeira, constituída por um único módulo e passível de se utilizar em oito formas distintas, encerra esta exposição fantástica onde o seu autor afirma:


“ É minha convicção que todo o interior, as cores, o mobiliário, os têxteis e a iluminação devem ser planeados como um conjunto” Verner Panton




Desdobrável sobre o fotógrafo alemão August Sander
O objecto gráfico é um folheto informativo em que se pretende dar ênfase a um significante (texto). Sendo o trabalho elaborado sobre o fotógrafo alemão August Sander, que viveu entre os anos 1876- 1964, deixou uma vasta colecção fotográfica, resistando classes sociais, elementos naturais e arquitectónicos. O retrato foi a sua principal paixão, podendo assim, apreciar e contemplar a forma como deu ênfase à figura humana, destacando-a como elemento central.
Resumindo, as suas fotografias são imagens com linguagem e mensagem.

Depois do estudo da obra e da época envolvente do fotógrafo, August Sander, utilizei como instrumento de trabalho a feitura de um folheto informativo com as seguintes dimensões: 1/3 do A4 ao alto devido à verticalidade existente nas suas obras retratadas.
Após a pesquisa de diferentes tipos de letra “alemã” dessa época tais como: Fatherland e Black Gothic; Koch Antiqua (1926) desenhada por Wharweth; Berhrens (1926); Antiqua desenhada por Peter Behrens; Eckmann (1900); Herold (1901), cheguei à conclusão que não encontrei estes tipos tipográficos em tipos informáticos. Deste modo, seleccionei um tipo tipográfico denominado Gouldy Old Style de 1915, desenhada por o americano, Federic Goudy. É um tipo com influências renascentistas com serif e formas arredondadas agradáveis para a execução deste trabalho.

A informação que contém este trabalho está hierarquizado da seguinte forma: 1º Fotografia Alemã (o quê); 2º August Sander (quem); 3º Instituto Alemão- Lisboa (onde); 4º,5º,6º- Informações circunstanciais de tempo; 7º- Campo dos Mártires da Pátria nº 37- 1198- Lisboa- telf. 213520149 (local e telefone).

O trabalho está estruturado da seguinte forma:
-Ponto I- Foi utilizado corpo 11; espessura “Plain” e cor “Black”. A informação está disposta de forma centrada devido às influências patentes nas obras do fotógrafo, o elemento principal está deslocado para o lado esquerdo para dar mais destaque. O papel utilizado é papel brilhante dos dois lados.
-Ponto II- Foi utilizado corpo 11; espessura “Plain” para os elementos secundários e “Bold” para os elementos principais; cor “Black”. O papel utilizado é o mesmo que o ponto anterior.
-Ponto III- Foi utilizado dois corpos, 22 para as primeiras palavras do nome do fotografo e 11 para as restantes palavras; espessura “Plain” e cor “Black”. O papel utilizado também é de cartolina brilhante dos dois lados.
-Ponto IV- Foi utilizado corpo 11; 1 espessura; 2 cores: “Black” para as palavras e verde (R 192; G 192; B 42) para o fundo. O papel utilizado é um papel sem brilho (cartolina branca),
Ponto V- Foi utilizado dois corpos 11 e 10; uma espessura “Plain”: 2 cores: “Black” para as palavra e verde (R 192; G 192; B 42) para o fundo; contém fotografias do fotógrafo.

O “Black” é uma das cores utilizadas neste trabalho, visto que, nessa época era a cor da fotografia, a outra cor é o verde, uma cor fria e que faz um contraste significativo com o preto e/ ou branco do papel.
O papel utilizado em alguns trabalhos é cartolina branca brilhante e nos restantes é cartolina “mate”. A escolha destes dois tipos de papel deve-se ao facto de serem os ideais pelos fotógrafos."
...Créditos Ana Monteiro
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